sábado, 19 de janeiro de 2008

Protestos aos ventos


O que estaria acontecendo com o orgulho de ser brasileiro?
Por onde anda o povo que se ufanava, batia no peito e gritava pelas ruas?
Por que cansamos de lutar por nossos ideais?
Por que deixamos que nossa luta pela sobrevivência sufocasse nossos sonhos?
Por que será que eu não acredito mais em palavras ditas sem que enxergar entrelinhas?
Pensava estar ficando velha, amadurecendo. Pensava que os anos havia me roubado o vigor da juventude e a vontade de lutar por um ideal, mas foi pior, muito pior do que a o tempo com seu implacável sopro devastador e incessante.
Roubaram-me sim a vontade, os ânimos, mas não posso culpar o correr dos anos por isso. A minha falta vontade foi roubada pelo ser mais maligno que habita a face da Terra: o homem e sua infindável ganância!
Os poderosos estão cada vez mais poderosos e sufocam o povo, que é obrigado a lutar cada dia mais por sua sobrevivência, perdendo a capacidade de sonhar, por cansaço da lida, por trabalhar tanto que até sonhar cansa!
“A vida é assim mesmo” – falam os mais velhos.
Mas antes havia a esperança na juventude, afinal “o Brasil é o país do futuro”.
Ou será que deixamos de ter um futuro? O Armageddon está para chegar e esqueceram de me avisar? Isso é uma coisa muito provável, afinal para que informar algo tão importante para uma pessoa simples, ignorante e ainda por cima descrente em deus?
Posso estar falando uma grande besteira, mas há alguns anos, pelo menos os serviços básicos de atendimento ao cidadão funcionavam. Não faltava tanta água, luz ou médicos nos postos de saúde.
As autoridades culpam o crescimento demográfico, mas de quem é a culpa pelo tal crescimento demográfico?
Eu, que não passo de mais de uma desvairada, culpo os poderosos por não estabelecer políticas de controle de natalidade. Porém, quem sou eu senão mais uma louca que lança suas palavras ao vento para que junto com ele percam suas forças até que não atinjam mais sequer uma mosca.
Sinto-me sufocada pela tempestade de pessimismo e desilusão que assola o planeta.
É triste, mas enquanto todos criticam a guerra nos paises muçulmanos, eu os invejo por ainda ter um ideal porque lutar.
Juro queria acreditar, muito, mas não consigo ter fé olhando para os homens que pregam a fé e tem os olhos toda a dor de viver.
Já não sei mais qual o limite entre a verdade e a mentira, o certo e o errado. Sinto-me perdida entre devaneios enlouquecidos de quem quer acreditar nas pessoas e num mundo melhor e na realidade cruel e devastadora pintada com cores berrantes e estampadas na mente das pessoas, mais do que isso, estampada em seus semblantes.
Lanço meu protesto: Abaixo a ganância!
Isso mesmo! Queremos apenas o que é nosso de direito!
Queremos apenas o básico para ser feliz: Pagar e receber essa coisa em troca sem que um subterfúgio qualquer de uma lei nos impeça de ter.
Quero pagar a minha luz sem que o serviço seja interrompido todos os dias por culpa da falta do gás boliviano. Eu não conheço a Bolívia, nada me interessa uma política internacional que só me prejudica.
Estou com um ódio de morte dessa política social que distribui esmola para o povo, iludindo a população, enquanto crianças morrem de pneumonia e jovens de AIDS.
“Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente”.
Nós quem “cara pálida?”.
Eu vejo um mundo doente, talvez pela sua breve passagem pela Terra você tenha visto também, mas nosso povo tem alma indígena e, como tal, continua se iludindo.
Uma vez li um texto sobre uma determinada guerra em que país rival traficava ópio, estrategicamente, para o exército inimigo, deixando-o entorpecido e, com isso venceu a guerra com facilidade.
Mais ou menos o que está acontecendo nesse momento no nosso país, mas o “ópio” do nosso povo é a esmola para alimentar os filhos.
Ou seria uma nova versão do espelho oferecido aos nossos indígenas?

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