segunda-feira, 30 de julho de 2007

Onde você estava no dia da queda do Airbus da TAM?


No dia em que o airbus da TAM caiu eu estava terminando mais um dia de estudos e tinha acabado de ligar a televisão para distrair um pouco a minha cabeça. Pois sim distrair!
O Willian Bonner entrou no ar ao vivo e começou a transmitir a matéria meio sem saber ao certo o que estava acontecendo.
A princípio pensou-se que um avião tinha explodido em um hangar vazio, porém logo foi revelado que um avião teria saído da pista, atravessado uma avenida movimentadíssima e invadido um galpão da companhia.
Eu na hora não consegui dizer nada, ficava olhando para a TV sem conseguir entender o que estava acontecendo. A tragédia era certa, eu sabia que um avião daquele porte e com a crise aérea brasileira, estaria com a sua lotação completa.
Naquele momento eu me senti totalmente vazia, abandonada mesmo.
Que a situação de nosso país não estava boa eu já sabia, mas chegarmos ao ponto de acontecer um acidente dessa proporção?
Eu moro no Rio de Janeiro, uma cidade que já foi orgulho de nossa nação, mas hoje está um verdadeiro caos.
Eu ainda posso dizer que onde moro é relativamente tranqüilo, mas mesmo assim, não tenho para onde ir, pois se quiser me divertir e freqüentar barzinhos ou outros locais tenho que passar, obrigatoriamente pela “zona de conflito”.
Morrem pessoas todos os dias vítimas do conflito armado da nossa guerrilha urbana, nas nossas estradas mal conservadas, mas naquele dia morreram centenas de pessoas no mesmo momento.
Na minha opinião, não é o momento de se discutir de quem é a culpa e sim evitarmos que essa atrocidade se repita.
Pior, assim que o acidente aconteceu, percebemos que o nosso país está acéfalo, pois o nosso presidente não se dignou a dar sequer uma declaração sobre o acontecido.
Está certo que não dava para voltar no tempo e impedir que o desastre viesse a acontecer, como no filme Dê Já Vu, mas pelo menos um pedido de desculpa a nação o nosso povo merecia ou quem sabe uma certeza de que tudo seria averiguado com clareza e seriedade. Entretanto, nosso amado presidente resolveu se calar diante dos fatos.
É uma total falta de consideração com o povo desse país que já sobre o suficiente com a política monetário que consome todo o seu salário, que sofre por não conseguir um emprego decente, uma moradia fora das áreas de risco, não consegue matricular seu filho na escola e, muitas vezes quando consegue, a criança não pode estudar porque o colégio está em uma área de risco. Direito a saúde? Esse não existe há muito tempo.
Eu me sinto de luto, pois junto com aquelas pessoas foram enterrados também o respeito, a moralidade e a esperança de nosso país.
Cada caixão que é fechado um pouco de nossa dignidade é colocada dentro dele.
Eu sei que de nada adianta ficarmos nos queixando sem tomarmos nenhuma atitude e essa atitude tem que levar à demissão de todos os envolvidos nesse escândalo.
Esse país está precisando de liderança, de gente patriota que ame realmente o solo em que vive.
Onde estão as pessoas que realmente querem fazer algo de bom ou pelo menos fazer o seu trabalho? Sim, pois quando são eleitos os políticos têm determinados deveres e sempre voltados para resolver os problemas da população. Se não estão fazendo é porque não estão trabalhando e se não estão trabalhando têm que ser destituídos, demitidos sumariamente.
Falam em “crise aérea”, mas que crise? Crise é uma coisa que vai e passa, mas o que temos é a constatação da falência da nossa pátria.
Talvez esse seja o grande problema de nossa nação: ser uma pátria!
Parafraseando Caetano Veloso “eu não quero pátria, quero mátria, eu quero frátrea”.
Se tivessem nossos governantes o carinho de mãe ou de irmão pelo povo, não estaria essa bagunça!
Faz 12 dias já que aconteceu o acidente e só agora eu consigo falar sobre o assunto com alguma clareza, mas nosso presidente só conseguiu dá uma declaração razoável 5 dias após! Ele é o norte dessa nação! Deveria ter uma resposta diante da perplexidade geral que se instaurou na mente de cada ser pensante de nossa nação!
Estamos absolutamente indefesos diante de quem detém o poder.
Isso tem que acabar!
O povo cobra explicações e ninguém se responsabiliza por elas.
Os ministros dizem não serem responsáveis. Se não são, quem seria então?
Não foram estes nomeados por um presidente eleito pelo povo?
Se nem o presidente eleito pelo povo consegue que nos dêem explicações claras sobre o acontecido, quem falará por nós?
Estaríamos nós tão desgovernados e a mercê de qualquer oportunista?
Comparo o governo Lula ao reinado de D. João VI. D. João literalmente entregou o nosso país nas mãos dos ingleses e o Lula o faz para os EUA.
Nosso povo está entregue às baratas, mas houve um adiantamento de 6 meses da nossa dívida externa.
Realmente não sei que rumo essa nau vai tomar, entretanto, peço sabedoria para quem for tomar as decisões.

domingo, 29 de julho de 2007

As maravilhas do mundo moderno

Há anos atrás, quando não existia tanta tecnologia, muitas de nossas lembranças se perdiam com o tempo.
Eu vivia cantarolando uma música que perguntava para as pessoas e elas não sabiam o nome, nem se lembravam dela. Comecei a achar que ou ela não existia ou era de um outro conjunto. Digitei a frase que me lembrava dela e a encontrei em um blog de um homossexual (não riam) e o nome dela também. Tudo em pouquíssimos segundos.
Com auxílio de um outro site, o orkut, enviei o pedido para os participantes para que me enviassem e pronto!
Uma música que eu não sabia nada sobre ela, derrepente, descobri o nome, o artista, o álbum, e a própria música em menos de 12 horas!
Nem precisa dizer que passei o dia inteiro ouvindo a minha música!
Sem contar os amigos que achei que havia perdido total contato e os encontrei depois de anos sem nem ouvir uma notícia sequer!
Foi uma grata surpresa ligar meu computador num dia de manhã e ler um recado da minha melhor amiga do tempo de adolescente!
Muitas vezes já chorei lembrando de pessoas que achei que nunca mais encontraria e tive a grata surpresa de reencontrar através da internet.
Eu perdi muito o contato com as pessoas depois que me casei. Não sem bem porque fiz isso, mas me isolei do mundo depois que me casei. Hoje me sinto muito sozinha por isso.
Hoje a internet tem me ajudado a corrigir esse erro, pois realmente sinto falta de pessoas que foram importantes para mim.
Também sinto que a minha personalidade ficou prejudicada depois que deixei de ter coisas minhas, meus amigos, minha turma e passei a viver um função de uma condição social.
A tecnologia vem me ajudado muito, pois através dela voltei a estudar, a escrever, a consultar, tudo!
Ainda tem coisas que não consigo fazer sozinha, preciso que meu filho, meus alunos ou para os amiguinhos de meu filho. Afinal, computador é coisa de criança e só elas podem manuseá-las com total habilidade.
Um conhecido meu, que não entende muito bem como essas coisas funcionam, disse para mim que “a internet é coisa do demônio”. Eu não concordo muito com isso, pois a internet pode até ser coisa do demônio, mas está a serviço dos deuses, pois facilita a vida de todos e aproxima as pessoas, leva conhecimento para aqueles que não podem sair de suas casas, oferece material gratuito para muitos que não podem gastar, soluções para problemas, ajuda no dever de casa das crianças, tudo pode ser resolvido com um simples conectar de fios e máquinas.
Eu sei que eu ainda estou engatinhando no que se refere a internet, também não tenho certeza de que alguém realmente tenha conhecimento de tudo que se pode fazer através da internet, mas hoje eu não consigo sequer imaginar a minha vida sem ela.
Se eu para pensar na alegria que eu senti hoje ao “baixar” uma música de 1989!
Isso mesmo 1989! Seria quase impossível encontrá-la sem o auxílio da internet.
Sabem aquelas músicas que você acha tão linda que queria ter sido você o autor?
Bem essa música tem um caso de amor comigo. Eu não discordo de nenhuma palavra, nada.
Enquanto eu ouvia a música, que eu julgava que jamais iria ouvir de novo (pensava ter sonhado que ela existia), ficava imaginando onde eu estava em 1989...
Eu estava cheia de planos e no segundo ano de faculdade. Talvez se tivesse ouvido melhor a letra da música, talvez não tivesse feito tantas besteiras. Não sei, pois o SE sempre conspira contra nós. A gente sempre pensa que poderia ter feito melhor do que fez, entretanto, como não temos segunda chance, pelo menos estou resgatando minhas memórias.
Tenho guardado e também compartilhado minhas lembranças como se fossem verdadeiros tesouros e, se você parar pensar direitinho são, pois fazem parte de um tempo que não voltam mais.
Quando eu era criança, nós saíamos de férias no final do ano (única época em que meu pai podia parar de trabalhar) e meu pai nos colocava dentro do carro e nos levava para o sul de Minas Gerais e, a certa altura, o rádio não “pegava” mais e ele do nada começava a cantar. Essas músicas já eram antigas nessa época e nunca pensei que poderia encontrá-las, mas na internet tem de tudo um pouco!
Não tem um dia sequer que eu não ligue a internet, nem que seja para dizer um oi para os meus amigos, tenho que entrar, é como um vício. Sem contar que, cada vez que acho um pedaço da minha história, lembro de um outro que ficou perdido e que gostaria de tentar resgatar.
Não sei se vou viver o suficiente para montar o quebra-cabeça da minha vida, mas pelo menos eu estou tentando.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Difícil missão

Os anos passam e, ao invés das coisas melhorarem, só pioraram. Não vejo mais nas ruas a alegria de tempos atrás. Está certo que essa garotada tem mais liberdade que nós, mas de que adianta ter a permissão para sair e não poder ir para lugar nenhum sossegado?
E se eles têm essa liberdade hoje é porque nós demos a eles.
Temos uma geração de suicidas em potencial! E não é exagero nenhum isso que eu estou falando, pois a maioria dos jovens que conheci ultimamente fala ou já tentou suicídio. Normalmente os rapazes e por alguma história de amor mal resolvida.
Não sei o que está acontecendo com essa nova geração. O que está parecendo é que houve uma inversão de valores tão grande que as meninas estão saindo com um monte de caras sem se ligar em nenhum e os meninos estão descobrindo um lado sensível que não estão preparados para lidar.
Antigamente as coisas eram um pouco mais fáceis, pois os papéis eram bem definidos em nossa sociedade: O homem era o provedor e a mulher cuidava da família.
Não se discutia os papéis sociais, porém a mulher não passava de um objeto passado do pai para o marido. Não se falava em amor, em paixão em igualdade entre os sexos, nada. Muitas vezes a mulher não podia nem mesmo estudar. Para quê tanto estudo se o seu futuro já estava traçado?
Alguns casamentos eram verdadeiras troca de interesses, alianças entre famílias ou troca em dinheiro mesmo.
Minha bisavó casou com 13 anos com um homem com mais do dobro da sua idade. Casou-se com 13 anos e teve mais de 8 filhos. Isso porque ele morreu com 32 anos, pois se tivesse vivido mais, provavelmente teria tido uns 13, 15. A mulher era feita para isso, para casar, ter filhos, cuidar da casa, mais nada.
Minha avó já viveu uma situação completamente diferente, pois apesar de ter nascido em “berço de ouro”, com a morte precoce do pai teve que trabalhar desde cedo e sua situação não mudou muito ao se casar, pois tinha que trabalhar e tomar conta da casa. Durante o dia ela cuidava da casa e dos filhos enquanto sentava em uma máquina de costura e trabalhava para ajudar o marido.
Meu pai foi muito claro com minha mãe e disse que ela não poderia mais trabalhar após o casamento e assim foi feito. Minha mãe vivia para andar atrás dos 3 filhos. Levantava às 5 horas da manhã para dar conta de todos os seus afazeres! Não tínhamos nem o trabalho de acordarmos sozinhos, ela nos chamava. Até hoje é assim na casa de minha mãe. Ela cuida de tudo e de todos. Fico enlouquecida só de vê-la se movendo de um lado para outro resolvendo os problemas de todo mundo e ainda cuidando da casa.
Eu também me casei e até tentei ficar em casa, mas eu simplesmente não dou conta de fazer as coisas e não gosto de ficar mendigando dinheiro ao marido. Lógico que os gastos da minha mãe nem chegavam perto dos meus, pois quando comprava alguma coisa era para o marido, filhos ou para a casa. Sim a casa era a vida de minha mãe!
Lógico que os tempos mudaram e a mulher foi adquirindo espaço na nossa sociedade. Primeiro como ser humano e depois como um ser feminino. As mulheres aprenderam a usar armas de sedução. Chamar uma mulher de sensual há anos atrás era o mesmo que ofendê-la. Hoje todas as mulheres querem se sentir sensuais e desejadas!
As mulheres quiseram tanto se igualar aos homens que copiaram justamente o seu pior traço: o impulso sexual. O relacionamento sexual que deveria ser o clímax de um relacionamento virou uma coisa banal. As pessoas dizem oi e pimba!
O resultado de toda essa loucura é a quantidade de crianças sem pai, de famílias esquisitas, onde ninguém se entende.
Meninas que começam a vida sexual aos 10, 12 anos, quando seu corpo ainda está em formação. Algumas nem sabem que podem engravidar ou o que pode acontecer.
Os meninos, em nome dessa liberdade que a mulher alcançou, aproveitam para sair passando o rodo geral e o pior, sair falando (como se fazia há 10, 20 anos atrás) e as meninas acham que estão abafando.
Quem acaba sofrendo as conseqüências de toda essa liberdade são os avós, que acabam servindo para dar um lar para as crianças sem pais.
Pais e educadores se sentem culpados por não conseguir reverter essa situação, mas essa geração mais do que discordar, discute violentamente e não vê autoridade em ninguém!
Quando eu era criança, muitas vezes, minha mãe apenas olhava e eu sabia que ela não estava gostando do que estava fazendo e parava na mesma hora. Hoje eu falo uma, duas, três vezes com o meu filho e ele não para! Não existe palavra de ordem que pare essa geração! E você não pode bater, pois existem leis que protegem as crianças, agora eu pergunto quem nos protegerá deles?
De primeiro, os pais achavam mais fácil criar um menino do que uma menina, hoje em dia, eu acho que a dificuldade é a mesma, pois os dois se igualam em rebeldia e em atitudes, não há diferença alguma.
É certo que as mães hoje em dia têm que trabalhar o dia inteiro e, quando chegam em casa só pensam em descansar e se preparar para o dia seguinte, mas isso não explica esse descontrole geral da juventude.
Esse descontrole está todos os dias em nossos telejornais. Jovens atacam prostitutas, empregadas domésticas em ponto de ônibus, aposentados em briga de trânsito, destroem boates...
Venho notando que as meninas vem se endurecendo, não são mais tão sentimentais e apaixonadas, apenas querem curtir e, com isso acabam passando por cima de todos, até delas mesmas.
Os meninos ficam perdidos em meio a esse “tiroteio” feminino e sonham com uma mulher que realmente seja verdadeira e que os ame, mas essa mulher não existe mais e acabam se entregando a depressão e ao desespero.
É certo que a população não irá diminuir por falta desse amor, pois crianças continuam nascendo, mas família é uma coisa que não existe mais. O que me parece é que o sexo é mais importante que qualquer outra coisa nesse mundo torto em que vivemos, como se fosse o único sentimento que sobrou fosse o prazer sexual.
Voltamos a ser animais em busca apenas da reprodução da espécie, nada mais importa.
E se essa loucura toda estivesse trazendo felicidade para as pessoas, pelo menos valeria a pena, mas as pessoas estão a cada dia mais infelizes, frustradas, incompletas.
Não estou sendo moralista, nem estou pregando a volta da moral e dos bons costumes, apenas estou pedindo um pouco mais de bom senso das pessoas ao invés de se destruírem tanto e depois se arrependerem.
As coisas se distorceram de tal maneira que tudo que era errado é feito como se certo fosse. Não há mais amor, união, família, nada!
Eu, que sempre fui uma pessoa sentimental, estou me tornando uma pessoa fria ou pior, medrosa, pois não sei mais o que pode acontecer se eu sair para me divertir e topar com um grupo desses pela frente. Acabo com medo de me relacionar com estranhos e até de conviver com as pessoas.
Fico realmente triste é quando eu penso que tenho um filho e que ele está crescendo! Eu não sei no que ele vai se transformar, pois quando está comigo logicamente não é igual quando está em grupo. Sei que não posso fechá-lo em uma redoma, entretanto fico muito temerosa a cada vez que ele sai, mas também não em como proibir porque eu não tenho como fiscalizar.
É muito estranho para mim atender telefonemas durante o dia inteiro de garotas procurando pelo meu filho. Pelos deuses! Que inversão de valores são esses? Quando eu tinha a idade dele, as meninas davam o número do telefone para os meninos e ficava olhando para ele o dia inteiro, se fosse necessário, esperando que ele ligasse! Esperávamos semanas e se ele não ligasse a gente ficava super triste, achando que tinha sido muito atirada, que tinha feito algo errado, mas esperávamos.
As meninas não iam ao encontro dos meninos ou em suas casas, criavam situações em que pudesse encontrar o “eleito”. Mesmo as mais atiradinhas, procuravam esconder esse traço.
Hoje em dia não, elas fazem questão de ir em cima, ligam o tempo todo e agarram mesmo na cara dura.
O que será do meu filho quando for mais velho?
Será que vai ser mais um pai solteiro e frustrado por descobrir que a garota que ele amava não prestava?
Gostaria de poder reverter essa situação e plantar uma semente de amor e dignidade no coração dos nossos jovens, embora uma semente demore em se transformar em uma planta madura sempre haverá uma esperança.
Temos que nos preocupar em cobrir o buraco negro no coração das pessoas, iluminando seus dias com palavras de delicadeza e gentileza. Vamos multiplicar o amor.
Quem sabe assim, conseguiremos que nossos filhos, sobrinhos, alunos e vizinhos resolvam copiar nossos gestos e, com isso, modificar o futuro da nova geração.

domingo, 15 de julho de 2007

Pensamentos soltos, amarrados pela caneta

O Dom da Palavra


Há pessoas que possuem o dom maravilhoso de encantar com seus textos. Eu não possuo esse dom, porém gosto de escrever. Prefiro me expressar através de textos escritos do que verbalmente.
Aliás, eu sou péssima conversando com as pessoas, sempre acabo falando coisas que não devia. Eu tenho uma máxima: Se não quiser ouvir umas verdades, não me fale umas besteiras.
Muitas coisas que escrevo nem chego a publicar de tão ruins que ficam, mas eu não tomo jeito e continuo a escrever, sem me importar com a opinião das pessoas. Quem quiser ler que leia.
Também não sou uma pessoa que fale sobre contos de fadas ou sobre as ilusões da vida, pelo contrário, sou muito direta e até realista demais. Algumas pessoas se chocam com a minha maneira de falar e acham que não é sério, por isso prefiro escrever, porque me resta a benesse da dúvida.
Eu sempre falo sério! Não sou uma pessoa bem humorada e que leva a vida na flauta! Para mim tudo pode virar um drama ou uma tragédia!
Há pessoas com dons poéticos, sonhadores, mas para mim a poesia é lúdica demais para me servir. A poesia é o ópio de muitas pessoas, não o meu.
Gosto de me expressar de forma que todos entendam e, muitas vezes, a linguagem poética não atinge a todas as pessoas. Gosto de falar a língua do povo.
Que me perdoe o Chico Buarque, mas seus versos não eram tão fáceis de serem entendidos ou não passariam pela nossa censura há anos atrás. Não me venham com essa máxima de que todos eram burros naquela época porque eu acho justamente o contrário!
Mas, apesar de não me expressar poeticamente, me sinto incompleta, pois sinto que algumas vezes não chego a atingir os objetivos desejados e alguns não me entendem.
Queria abordar temas mais leves e cotidianos, mas o que faz parte do nosso cotidiano hoje é a corrupção, a violência, o descaso e esses são assuntos pesados demais para me divertir em comentar!
Sim! Escrever tem que ser mais do que um acaso, tem que ser divertido escrever, assim como não deve ser maçante para quem lê.
Sei que gente como eu jamais deveria escrever sequer uma linha, quanto mais um texto, mas pelo menos não obrigo as pessoas a lerem.
Gostaria de escrever sobre temas mais leves, delicados, mas a vida se tornou pesada, maçante e, muitas vezes, desinteressante. Todos os nossos prazeres se tornaram meros joguetes nas mãos de algumas pessoas poderosas.
Diga-me, meu caro leitor, quando até um mero campeonato de futebol está envolto por nuvens de corrupção e obscuridade e transforma uma paixão em eterna dúvida, como podemos escapar de enorme teia senão entre nossos pensamentos e desejos?


Os diversos Brasis


Eu não sei como acontece em outros estados, mas no Rio de Janeiro temos diversos níveis de camadas sociais vivendo muito próximas e, ao mesmo tempo há anos luz de distância! Temos favelas com problemas sociais gravíssimos bem ao lado de bairros nobres. O rico e o pobre vivem lado a lado sem que o segundo seja sequer olhado ou percebido pelo primeiro. Pessoas vivem em extrema dificuldade bem ao lado da miséria absoluta sem sequer percebê-la.
Criou-se uma enorme legião de pessoas invisíveis! Você passa por elas nas ruas e não enxerga ou prefere não enxergar, pois é mais cômodo não olhar para a feiúra da sociedade do que encarar a sua total passividade diante dos problemas sociais.
Agora estamos vivendo no clima do Pan-americano, porém não podemos deixar de pensar que para muitos será a última chance de escapar de uma triste sina.
Ainda outro dia, vi uma reportagem que mostrava um jovem remador brasileiro que afirmava que se não conseguisse algo nesse Pan-americano, certamente iria abandonar o esporte par voltar a ajudar os pais na labuta. É realmente triste ver um jovem que gostaria de se dedicar ao esporte, porém a sua pátria não lhe dá condições para isso. Certamente se ele fosse filho de pessoas de posses poderia fazer de sua vida o que bem entendesse.
O nosso país tem parar com essa idéia de que é o país do futuro e que tem só tem condições de ampliar suas divisas através da beleza de nossas mulheres e, porque não dizer das bumbas de nossas mulheres! O esporte pode trazer divisas para o nosso país, mas temos que investir no ouro de nosso chão! Nos nossos diamantes brutos, na nossa gente.
Ah! Nossa gente! Eu fico realmente inebriada quando penso em nossa gente! É uma gente sofrida, humilhada, mas longe de ser uma gente infeliz! Nossa gente consegue festejar mesmo que não haja um só motivo, consegue sorrir para esconder as lágrimas.
Outro Brasil que não podemos esquecer de falar é o que os políticos nos mostram na tv! Esse segue ao sabor de seus desejos, pois se desejam se eleger, mostram como o local sobre com a má administração de seu governante, porém se desejam se promover, mostram como a sua boa administração melhorou a vida dos habitantes do local. E o pior é que todos nós somos obrigados a ver essas mentiras duas vezes por semana! Os políticos de nosso país olham para nosso povo como se fosse uma doença, como se tivesse nojo, como se fossem apenas uma forma de lucro fácil.
Criou-se a indústria da violência! Um bando de espertos lucra fingindo tentar resolver os problemas do nosso povo! Criam projetos que jamais vão à diante, iludindo a população, como se estivessem fazendo um grande favor, como se educação e saúde não fosse um direito! Como se os impostos que pagamos todos os dias servissem apenas para pagar os salários dos políticos. Aliás, faz muito tempo que não vejo um governo que não seja em proveito próprio! Não se governa mais para o povo.
Na verdade, o nosso país está desgovernado há muito tempo, literalmente e está muito difícil segurar as rédeas de novo!
Temos um país tão lindo que me entristece vê-lo dividido dessa maneira! Queria poder unir minha gente em torno de um ideal, mas como fazer isso sem nos destruir, sem causar mais dor a uma gente tão sofrida?
Brasil de ontem, Brasil de hoje. Das favelas, palafitas e mansões.
Brasil dividido entre gente de valor e gente indecente, mas, sem dúvida, não mais um país do amanhã, mas o Brasil que precisa ser feito hoje.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O que se passa com o mundo?


O que se passa com o mundo?


Talvez eu tenha sido da última geração que conheceu um mundo em que realmente era possível sonhar. Hoje em dia vejo uma geração de acéfalos que não pensam mais por si, não têm opiniões e nem mesmo sabem por que estão vivendo.
Quando um professor entrava no primeiro dia de aula, a primeira coisa que perguntava para conhecer seus alunos era o que eles queriam ser quando crescessem e todos tinham respostas como engenheiro, advogado, professor, advogado e etc.... Mesmo os mais humildes tinham sonhos, havia um clima de esperança que pairava no ar e fazia com que todos acreditassem que seríamos melhores que nossos pais, que iríamos mais longe e que teríamos uma vida decente.
Não havia essa ambição desmedida, nós desejávamos uma vida normal com carro, dinheiro e casa. Uma família normal com pai, mãe e filhos.
Hoje em dia está todo mundo pensando em “uma maneira legal de se dar bem” não se importando por cima de quem o do que tenha que passar.
É claro que gente assim sempre existiu, mas não era uma totalidade como é nos dias de hoje. Hoje eu me sinto numa ilha cercada de gente que quer me derrubar por todos os lados!! Desconfio de tudo e de todos.
Por onde anda a honestidade? Por onde anda a vontade de ajudar ao próximo?
Não vejo mais essa vontade nem mesmo em igrejas, onde se deveria pregar o amor acima de tudo.
É muito triste ver que as pessoas não querem mais ter uma vida decente, as pessoas querem é se dar bem!
Hoje em dia, até mesmo atitudes inocentes escondem interesses escusos. Todos esperam em lucrar algo. Até mesmo a desgraça alheira pode render dividendos.
Não sei muito bem quando essa onda de falta de vergonha começou, só sei que o turbilhão afetou a todos por onde passou.
As coisas se desvirtuaram de tal maneira que os professores, antes considerados mestres, pois através do ensino transformariam o futuro, hoje são atacados pelos próprios alunos. Em breve, professor será uma raça em extinção, pois quem vai querer encarar 4 anos de faculdade para ganhar mal e ainda ser considerado como uma praga, como algo a ser exterminado?
A violência ronda nossas escolas, nossos condomínios, nossas ruas.
Realmente, há anos atrás nós não tínhamos tantas leis para nos proteger, mas eu me pergunto é a quem essas leis estão protegendo e de quem?
Criamos uma geração totalmente protegida quanto abuso dos pais, dos orientadores, mas quem nos protege deles? Essa geração acha que pode tudo, até mesmo as maiores atrocidades, pois nada vai acontecer com eles.
Minha geração pode ser acusada de contribuir para o aumento do buraco na camada de ozônio, de ter destruído a maior parte de nossa reserva ecológica, mas será que fomos nós que geramos esses monstros? Ou será que enquanto nos preocupávamos em mudar as regras políticas, em trazer a verdade à tona, em mudar as leis, fomos apenas massa de manobra e fomos usados mais uma vez?
Nós que lemos tanto, trabalhamos tanto, deixamos nossas crianças a mercê de um inimigo muito mais poderoso do que imaginávamos, a mídia!
Não responsabilizo apenas a mídia por tudo que está acontecendo, mas a todos nós. Ficamos tão cegos e obstinados com nossos ideais que não percebemos que o inimigo era mais poderoso do que imaginávamos e estava preparando um contra-ataque que nos machucaria em nosso lado mais sensível: a nossa família.
Todos cometemos muitos erros no passado, porém o futuro sempre pode ser mudado e cabe a nós fazermos isso. Mas como?
Eu vejo um futuro terrível para as nossas crianças e para o nosso planeta.
Sinto-me totalmente perdida diante da situação caótica em que nos encontramos e não vejo a quem possa recorrer, pois parece que o poder público que poderia nos ajudar não está nem um pouco preocupado com isso, ao contrário, aproveita-se da situação. Nossas crianças encontram-se totalmente despreparadas para o futuro que as espera.
Algumas vezes me pergunto se vale mesmo a pena aspirar por esse futuro sem respeito, sem humanidade, sem liderança, sem educação.
Hoje, pela manhã, ao pegar um ônibus lotado, fui simplesmente massacrada por uma senhora que nem ao menos me pediu licença. Para quê? Saiu empurrando e pronto.
Logo em seguida, vagou um lugar para sentar exatamente onde eu estava em pé e eu chamei a senhora para se sentar, afinal ela era idosa e aprendi que, por educação era o melhor a ser feito.
Aquela senhora, que fez a maior questão de me empurrar, ficou totalmente desconcertada quando viu que, apesar disso eu cedi o lugar para ela. Não era isso que esperava, com certeza não.
Há muito aprendi que um sorriso no rosto e uma boa educação são capazes de mudar o dia de uma pessoa e pode levá-la a refletir.
Abro agora uma campanha pela volta das palavrinhas mágicas: POR FAVOR, OBRIGADO, COM LICENÇA, AGRADECIDO, DESCULPA, BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE.
Vamos usá-las no nosso cotidiano, sem pestanejar!! Temos que usá-las nos ônibus, nos mercados, em nossas casas, nos nossos trabalhos, o tempo todo!
Temos que tentar humanizar esse mundo desumano! Colocar um sorriso no rosto, apesar das adversidades, nem que seja para colocar uma pulga atrás da orelha daquela sua amiga invejosa.
Não estou propondo que nos tornemos um bando de imbecis e que fechemos os olhos para a situação, apenas que a encaremos com educação e simpatia. Que tentemos amenizar mais ao invés de revidar, fazendo deste um mundo um pouco melhor para vivermos.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Venha para a vida mais saudável, more no campo.

Quem já não ouviu uma besteira como essa e se sentiu tentado a comprar uma casa numa área mais tranqüila?
Pois eu caí na besteira de fazer isso.
É indiscutível que a tranqüilidade existe, pois morando em um grande centro urbano, muitas vezes perdemos o diálogo principal de um filme porque passou um caminhão bem na hora H. Mas, uma pessoa extremamente urbana, como eu, deveria ter imaginado que teria sérios problemas ao mudar-se para a área rural.
Logo na entrada tem uma placa com os seguintes dizeres: “Você está entrando em área de preservação ambiental”.
Você fica todo animado e começa a olhar para os lados, mas tudo que vê é mato!
Eu só consegui ver mato, mas meu marido dizia que era beleza natural, não sei bem o que ele quis dizer com isso, mas concordei, para não parecer idiota.
Compramos o terreno e erguemos a casa, parecia que o sonho estava realizado, mas no pacote “casa no campo” vieram as moscas, pernilongos, abelhas, vespas e uma gama de insetos respeitável!!
Comecei a achar que o excelente negócio não era assim tão bom, mas não iria desistir tão fácil. Comprei um monte de inseticida, pó para matar formigas (que são de formas, tamanhos e cores variadas), veneno para baratas, e outras coisas que o IBAMA não pode nem suspeitar. Quando a casa se tornou mais habitável aos seres humanos, começaram a aparecer os bichos maiores como os morcegos, ratos, gambás e, não poderia deixar de citar, as cobras!
Acostumadas a transitar sem interferências pelos matos, as cobras começaram a estranhar a existência de casas no local e, consequentemente, começaram a invadir. O que nos causou, a princípio um grande susto, depois, fomos acostumando a matá-las e depois elas, por si só sumiram. No começo a gente matava umas 5 cobras por semana, agora, quando muito, aparece uma por ano.
Como todo idiota de cidade grande, todos plantaram árvores frutíferas em seus quintais e isso multiplicou o número de morcegos no local, lógico. Qualquer coisa que e faça aqui vira uma coisa de proporção desastrosa!
Se contar a tal “beleza natural” que cresce para todo o lado mais rápido do que eu consigo dar cabo dela!! E dá-lhe veneno!! A mais maravilhosa invenção que eu já conheci foi o veneno para matar o mato!!
Pronto, agora o quadro estava perfeito: o sujeito se muda para uma área de preservação ambiental e começa a jogar veneno para todos os lados, com medo!
Ainda hoje, apesar de já estar aqui há 9 anos, eu ainda me assusto com os pequenos morcegos que, vez por outra, invadem a minha casa ou quando aquela cobra desavisada sai pelo ralo do meu banheiro, mas já não é um drama assim tão grande!!
Alguns animais, que deixei de mencionar, são muito bonitinhos quando a gente vê no zoológico, à distância, mas quando passam a fazer parte do seu quotidiano são extremamente insuportáveis!!
A primeira vez que vi um miquinho na árvore, achei muito bonitinho, mas a minha vizinha resolveu colocar bananas para que eles se acostumassem com a gente, aí virou uma loucura!
Os micos roubam qualquer coisa que tenha brilho, isso pode ser um espelho, um garfo, ou o seu relógio! O pior é que a gente não sabe para quê eles querem isso ou para onde levam!
Comecei a estudar soluções mais eficientes para combater os animais: Primeiro comprei um cachorro.
O animalzinho tinha a árdua missão de correr atrás de qualquer bicho que entrasse no quintal.
Depois arranjei um gato. O gato fica dentro de casa e garante que os bichos que passem pelo cachorro não saiam vivos.
Conseguimos montar um cenário totalmente urbano em uma área rural!
Com o passar dos anos, outros moradores começaram a ter gatos e cachorros em suas casas, reduzindo consideravelmente o números de pássaros, entretanto, como o condomínio não está totalmente habitado, ainda vemos alguns bichos circulando livremente, mas eu acredito que quando todos estiverem com suas casas prontas, esse lugar não será em nada diferente de outros que vemos em centros urbanos.
Não posso deixar de dizer que eu moro na rua mais “chata” do condomínio, pois aqui ninguém ouve som alto ou faz festa todo final de semana, mas o pessoal que mora na última rua é um bocado barulhento e, volta e meia dá confusão!
Em geral, não é um lugar ruim de se viver, mas a gente tem que aprender a conviver com cada coisa!! Um exemplo claro do que eu estou falando é quando o dono do sítio ao lado esquece a porteira aberta e as ruas do condomínio são invadidas por dezenas de bois e vacas.
Já pensaram que agradável? Você sai de casa pela manhã e tem uma vaca comendo as flores da sua calçada!
Isso quando não é o dono do Haras que esquece o portão aberto, pois os cavalos saem desembestados pelas ruas atropelando todo mundo!
Certa vez, tinha um cavalo comendo o seu matinho tranquilamente quando um garoto resolveu que iria atormentá-lo. O menino e sua vareta cutucaram o cavalo uma porção de vezes até que o animal, enfurecido, resolveu agarrar, com os dentes, o shorte do menino e jogá-lo do outro lado da rua!
Eu que sempre imaginei o cavalo como um animal tranqüilo e amigo de nós seres humanos, naquele dia passei a ter total pavor do animal. Eu passei a ter tanto pavor do bicho que, quando me convidaram para uma “Festa de Peão e Boiadeiro” e a idiota foi, fiquei totalmente em pânico quando começou a exposição de cavalos de raça!
Conforme os cavalos iam chegando e me cercando, eu só conseguia me lembrar da cena em que o menino era atirado pelo cavalo!
Para todos os lugares em que eu olhava só conseguia ver, em cada um animal, uma ameaça. Fiquei tão desesperada que, em cima das minhas botas, cano alto e salto, saí correndo para casa, deixando todos que estavam comigo a minha procura.Decididamente eu não nasci para a vida no campo e nem para freqüentar as suas festas, portanto estou decidia a me isolar até que a vida se torne mais urbana neste local.

domingo, 1 de julho de 2007

“Não importa onde a águia faça o seu ninho, pois ela sempre será uma águia”.

Acho que esse é o ditado mais idiota que eu já ouvi na minha vida.
Eu detesto o lugar em que eu moro!
Está certo que conheço pessoas que moram em lugares muito piores, mas eu realmente não gosto daqui.
Quando vimos o terreno para comprar nesse condomínio, achamos que estávamos fazendo um excelente negócio, pois estávamos longe da estrada, do barulho, da violência e etc. Só esqueceram de nos contar que tipo de gente moraria aqui!!
A maioria das pessoas do condomínio está mais preocupada com a vida dos outros e se esquecem que também estão sendo vigiados por “outra turma”.
É só sair um solzinho e as pessoas colocam as suas cadeiras nas calçadas para ficarem “conversando”. Não é que seus terrenos sejam pequenos e não tenha espaço nos quintais para que as pessoas possam ficar, pelo contrário, o quintal é tão grande que eu não dou conta de cuidar dele todo. As pessoas gostam mesmo de ficar na rua vigiando a vida dos outros.
Cada pessoa ao comprar seu terreno, se preocupou em fazer uma churrasqueira e uma piscina para suas reuniões familiares, mas o que ocorre na realidade é que o espaço público do condomínio é que é utilizado para tal fim.
Na esquina da minha rua tem uma área arborizada onde as pessoas simplesmente fazem churrasco, feijoadas na lenha e etc.
Não tem coisa mais desagradável do que você sair da sua casa para fazer qualquer coisa e dar de cara com uma “festa particular” na sua esquina! Pior, você não sabe como agir!
Se cumprimenta, parece que está se convidando, se não cumprimenta parece que é metido.
Se a festa é em família, por que as pessoas não ficam de seu portão para dentro?
E as reuniões que fazem entre vizinhos?
Eu nunca vi nada mais desagradável!
Seja dia dos pais, das mães, não importa, sempre tem o grupinho do “vamu si dá bem”. Você leva Skol, acaba bebendo “itaibrava”. Leva Coca-Cola, acaba bebendo tubalina.
Isso sem contar a pior festa do ano: A festa Julina.




A FESTA JULINA




A festa por si já é brega, agora, com o pessoal daqui fica mais brega ainda!!
As mulheres, a maioria, gordas, quando não vestem aquela roupinha característica de caipira, que, aliás, ficam lindas em mulheres com certa idade, vestem seus “lindos” vestidos, sem nem sequer se lembrar que Julho é um mês frio. É realmente um festival do mau gosto!
Cada morador contribui com uma quantia em dinheiro, um prato de doces e um de salgado, 2 refrigerantes e cerveja, se assim desejar. Tudo bem anotado para não dar erro.
Todos os pratos são distribuídos entre todos para evitar transtornos.
Nada disso funciona, nada. O que acontece na verdade é um festival de pastéis de queijo em cima da mesa. E os doces? Todos comprados em lojas! É um festival de paçocas, pés-de-moleque, amendoins...
Você fica morrendo de raiva de ter passado o dia todo na cozinha preparando comidinhas especiais, enquanto a maioria sai e compra qualquer coisa.
A questão da cerveja ainda é mais complicada, pois a gente vai e compra a melhor e recebe um ticket dizendo apenas a quantidade que você entregou e não a marca. Quando vai beber te entregam qualquer porcaria. Isso quando você não demora muito para beber e vai lá buscar e acabou!! Acabou como se você não bebeu?
Sem contar que nessas reuniões, as pessoas começam a beber demais e ai acabam dando o maior vexame!!
Outra coisa que incomoda e muito nessa festa é que aqui é um lugar muito silencioso e eles ligam um aparelho de som profissional e, mesmo que a gente não participe diretamente, acaba participando indiretamente.
A festa só acaba lá pelas 5 da manhã, ninguém dorme.
Eu participei diretamente dessa festa apenas uma vez e foi o suficiente para não querer participar nunca mais de reunião alguma! Até não foi tão ruim assim, pois meu marido ganhou uma panela de pressão na rifa!!!
Cruzes! Acho que para quem freqüentava a Robin Wood na década de 80, ganhar panela de pressão em rifa de condomínio no fim do mundo é realmente fim de carreira para qualquer dondoca!
Mas pensando bem, eu ficaria mais infeliz se ganhasse um conjunto de copos.
O dinheiro arrecadado com essas festas deveria servir para a melhoria do condomínio, mas as contas são prestadas de forma tão irregular que não pode ser sério!
Vi sim algumas atitudes individuais em favor do condomínio, mas essas não saíram do caixa.
Mas, voltando à vaca fria...
O meu condomínio está recheado de evangélicos e, nessas festas, acabam perdendo a linha. Alguns ficam completamente bêbados, irreconhecíveis! Mas pior mesmo é que nem alcoolizados deixam de fazer pregação.
Agora imaginem a situação: pregação evangélica já é chata quando o cara está normal, agora quando o cara está doidão é literalmente um porre!
Como eu nunca apareço nessas reuniões, viro a principal vítima de todos!
Assim que cheguei à maldita festa me analisaram de cima a baixo. Faltou só me perguntarem a marca da minha calcinha.
Por mais que eu tentasse me isolar, sempre aparecia alguém querendo ser simpático comigo.
Passei a maior parte da noite com uma senhora “grudada” em mim, falando sem parar!!
Como eu quase não respondia, ela falava e ela mesma respondia.
Ficava o tempo todo falando que a “gente tinha que se unir mais para resolver os probremas do condomínio” e “que o maior probrema do condomínio era a falta de união” e era um tal de “probrema pra cá, probema para lá” . Eu me senti como se estivesse passando a noite ao lado do Cebolinha da Turma da Mônica.
Por mais que eu suspirasse, olhasse em volta, não abrisse minha boca, a criatura começou a se achar a minha melhor amiga e se sentia o máximo com isso.
Meu marido nessas horas some, lógico. Começa a discutir projetos de desenhos ou coisas parecidas e eu é que fico na podre.
Eu juro que tento ser bem antipática para ver se me esquecem, mas não tem jeito.
Isso sem contar que em festas tem um monte de criancinhas correndo, pisando no seu pé, jogando refrigerante no seu vestido, realmente é uma coisa muito agradável, quando você junta a tudo isso um som bem alto, um locutor analfabeto, umas musiquinhas bem bregas e aquele espírito do “vamos gente, tem que participar”.
Sempre aparece alguém que te empurra para a quadrilha improvisada e você fica a música inteira olhando para os lados e procurando o melhor ponto de fuga.
Esse ano não tem nada que me faça sair da minha casa para participar de uma coisa ridícula dessas!
Ano passado já não me pegaram, mas enviei dinheiro e meu filho também foi, mas esse ano vou me fingir de morta.




Agora pensando melhor sobre o ditado que deu origem a todo esse discurso, acho que consigo interpretá-lo melhor: “Não importa onde a águia faça o seu ninho, ela sempre será uma águia”, portanto ela sempre fará seu ninho bem alto, inacessível aos demais animais.
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