domingo, 23 de março de 2008

"Espelho meu, espelho meu, diga se no mundo existe alguém mais louco do que eu"





Terra de Marlboro










Eu não sei se é o sol desse lugar, mas a verdade é que no lugar onde vivo a quantidade de loucos de toda a espécie é maior do que em outros locais.
Eu até deixei de prestar concurso para a polícia federal porque a quantidade de maluco que diz que é “polícia federal” me assustou e fez recuar.
Conheço um doido que fica caminhando pela estrada e abordando todos que passam por ele com uma carteira na mão gritando que é da polícia federal.
Talvez se forem investigar com mais cuidado, algumas dessas pessoas foram torturadas na época da repressão e soltas aqui depois que ficaram totalmente dementes.
No condomínio onde moro tem tanto maluco que se você ficar 5 minutos na pracinha ouvindo a conversa deles é capaz de enfiar um sorvete na testa.
Eu mesma fico me policiando o tempo todo para manter a minha sanidade e mesmo assim outro dia me peguei olhando para o gato que estava miando e esfaqueando uma carne moída que estava congelada!
Esse gatinho mesmo é um bom exemplo de como o ar desse lugar não deve fazer muito bem, pois ele é vegetariano! Acredite quem quiser, mas o gato ou é vegetariano ou ativista do Green Peace, pois não mata sequer uma barata e não come carne, entretanto é chegadão num legume ensopado.
O dia em que entrou um camundongo na minha sala e se escondeu atrás do meu quadro-negro e ele foi até ele, cheirou e voltou, eu cheguei à conclusão que deveria arranjar outro para colocar no seu lugar. Parece até lorota ou piada, mas podem perguntar aos meus familiares para confirmar, o gato fez isso!
E o pernilongo que ficou agarrado vivo no pé do meu filho e ele apelidou de Jack? Andava com o bicho agarrado em seu pé e apresentava aos colegas.
Sem contar que o lugar está cheio de insetos extraterrestres! É sério!
Tem um tal de cachorrinho do mato que não é desse planeta!
Ainda outro dia eu matei um gafanhoto que podia fazer parte do elenco de Homens de Preto de tão grande que era.
Mas voltemos ao sol e ao efeito que ele faz quando bate na moleira dos habitantes desse local...
Ontem eu saí disposta a levar meu filho num parque de diversões, pois ele sempre me pede e nunca dá certo para irmos.
Logo no início da viagem entrou um sujeito com um chapéu desses que a gente compra para os meninos dançarem festa junina. Aqueles de espuma molinha e colorida.
Se não estivéssemos em pleno mês de março eu não ia nem estranhar, mas aquilo fazia realmente parte da vestimenta do sujeito. Acho que pensava ser um sósia do Beto Carreiro, não sei, o fato é que o cara vestia camisa xadrez e chapéu branco!
A primeira antipatia que o sujeito fez foi acender um cigarro dentro do ônibus. Será que ele não pensou que aquilo era um coletivo e não o carro dele e que a fumaça de seu cigarro poderia incomodar outras pessoas?
Esse não foi o único desatino do indivíduo, pois falava alto como se estivesse em sua casa, conversava com um casal que o acompanhava e, se tem uma coisa que posso dizer que foi admirável, foi a paciência do rapaz que estava sentado à sua frente. O coitado agüentou cusparadas sem abrir um guarda-chuva (além de tudo o cara falava cuspindo), tapinhas na cabeça, cutucões no braço e no pescoço a viagem inteira sem esboçar qualquer reação de desagrado.
Para minha sorte eles desceram no meio do caminho e minha viagem se tornou um pouco mais tranqüila.
O dia no parque transcorreu como era esperado: Uma tortura!
É tanto sacode pra cá, gira para lá, cai em queda livre, mas o pior mesmo é pensar que eu paguei para passar por isso tudo. Quando chegou às 9hs da noite eu estava um bagaço!
É lógico que meu moleque estava no maior gás e queria que eu fosse com ele em uma Montanha Russa que parecia interminável, mas essa eu passei. Meu corpo doía tanto que era difícil até de respirar, mas ainda sim fui mais duas vezes com ele num tal de Tornado.
Na volta pegamos um táxi até o ponto do ônibus de depois de esperar uns 20 minutos o nosso ônibus apareceu. Lógico que a primeira coisa que pensei quando entrei foi no tipo de louco que ia encontrar na volta desse passeio.
Depois da descida da Serra da Grota Funda começamos a ouvir um camarada cantando alto e totalmente desafinado. O sujeito cantava tão mal que eu demorei até conseguir entender que cantava músicas evangélicas.
Quando a cantoria começou imediatamente pensei que se desse na telha de cada uma das pessoas que estavam no ônibus de cantar algo seria um barulho tão ensurdecedor quanto o ensaio de uma Escola de Samba, mas como o ônibus estava povoado de gente normal e com cara de cansada, isso não aconteceu.
Eu pensei em me levantar e falar para o sujeito que se ele gostava de cantar deveria primeiro aprender e nos poupar daquele espetáculo ridículo, mas como eram cânticos religiosos poderia ser interpretado como discriminação, fiquei esperando que ele se cansasse, o que não aconteceu.
Chegando perto da entrada do condomínio eu me levantei e puxei o sinal e fiquei olhando em volta para pelo menos ver o “cantor misterioso” e levei o maior susto. O cantor desafinado era o próprio motorista do ônibus!
Para minha sorte só descobri isso no final da minha viagem, pois o simples pensamento de subir e descer a serra com um louco dirigindo ia me deixar histérica.
Eu não sei se em outros bairros ou em outras linhas de ônibus tem mais algum motorista aspirante a cantor, mas eu juro que nem no meu pior pesadelo eu pensei que viveria uma situação como essa.
Eu estava cansada, suada, irritada, com sono e a primeira coisa que me aconteceu ao adentrar pela portaria foi ser abordada por um morador que olhou para a minha cara e perguntou: “Eu sou bonito?”
Eu não podia acreditar, isso não podia estar acontecendo comigo. Nessa hora eu só tive uma só certeza: Eu fiz xixi no cálice da Santa Ceia.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Escritor mundano





Ligação Direta


Peguei a notícia meio de “raspão” porque estava longe da Tv. Mas deu no Jornal da Globo ontem, que o Congresso liberou a verba para a compra de cadeiras vibratórias para seus parlamentares. Éééé gente, aquelas cadeiras que você senta e elas fazem massagem. E que vão custar aos cofres públicos a bagatela de R$ 3000,00 cada uma. E quem vai pagar por isso? Adivinha?
Desde que soube dessa notícia, uma dúvida me assola. Dúvida que vou dividir com vocês, gente bem mais esclarecida que esse perene muar que vos fala.
Se os congressistas estão em Brasília para decidir os destinos do país, e julgam imprescindíveis as tais cadeiras vibratórias pergunto:
Então político no Brasil pra pensar com a cabeça precisa massagear a bunda? Ou será que eles têm o cérebro do lado errado? (Embora eu ache que cérebro do lado errado temos nós que elegemos eles).
Teve um parlamentar amazonense que declarou: “ O eleitor amazonense não há de se incomodar. Afinal, se seu representante no congresso trabalhar com mais conforto, tem mais discernimento para decidir o que é melhor para seu estado..” . Juro, ele falou isso.
Claro que a gente não se incomoda, né? Trabalhamos só 144 dias por ano para pagar impostos. Andamos de ônibus enquanto eles têm direito a um carro zero a cada dois anos.
O povo mora em favelas, ou se esfalfa para pagar aluguel, condomínio, enquanto eles recebem R$ 10,000,00 de auxílio moradia.
Você anda de calça jeans velha, enquanto eles recebem mais alguns milhares de reais em auxílio paletó. Mas você se incomoda com isso? Eu não!
Aliás, no caso das cadeiras vibratórias não me incomodo mesmo que usem meu suado dinheirinho para comprá-las. Afinal, eu sinto que, mesmo indiretamente, eu estou mexendo na bunda dos políticos. Até então, o que eu sentia eram eles mexendo na minha bunda diariamente. E de um jeito bem mais dolorido.










Lobo da Estepe

terça-feira, 18 de março de 2008

Ao maior poeta da atualidade


O tempo não pára








Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora
Cheia de mágoas
Eu sou um cara...
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada
Ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara...
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda
Estão rolando os dados
Pois o tempo
O tempo não pára...
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo
Sem um arranhão
Da caridade
De quem me detesta...
A tua piscina
Tá cheia de ratos
Tuas idéias
Não correspondem aos fatos
O tempo não pára...
Eu vejo o futuro
Repetir o passado
Eu vejo um museu
De grandes novidades
O tempo não pára
Não pára não, não pára...
Eu não tenho data
Prá comemorar
Às vezes os meus dias
São de par em par
Procurando agulha
No palheiro...
Nas noites de frio
É melhor nem nascer
Nas de calor
Se escolhe:
É matar ou morrer
E assim
Nos tornamos brasileiros...
Te chamam de ladrão
De bicha, de maconheiro
Transformam o país inteiro
Num puteiro
Pois assim
Se ganha mais dinheiro...
A tua piscina
Tá cheia de ratos
Tuas idéias
Não correspondem aos fatos
O tempo não pára...
Eu vejo o futuro
Repetir o passado
Eu vejo um museu
De grandes novidades
O tempo não pára
Não pára não...
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo
Sem um arranhão
Da caridade
De quem me detesta...

Santa Inquisição: Passado ou atualidade?


É realmente impressionante como qualquer pessoa que não se adequou ao sistema é julgado como um anormal ou doente. E se essa pessoa por um acaso venha a fazer sucesso ou simplesmente resolva expor as suas idéias o linchamento é completo.
Fico abismada como em pleno século XXI as pessoas continuam com as suas mentalidades tacanhas do século XIX.
É certo que a Internet nos deu uma facilidade para expormos as nossas idéias para um número bem maior de pessoas e isso atinge desde o intelectual até o anônimo que até não entende o que você fala, não te conhece, mas sabe que não gosta de você e simplesmente te agride.
Eu, que sempre andei na contramão da vida, já me acostumei a ser criticada, julgada, analisada, entretanto, conversando com uma amiga muito querida, percebi que está se formando uma nova Inquisição. Segundo ela, versão século XXI. E se não fossem os direitos humanos e a ausência da lei da Pena de Morte no Brasil, certamente eu seria mandada para a fogueira.
Manter um Blog como esse em que exponho minhas idéias não me torna uma pessoa especial, só prova o quanto eu sou burra, pois recebo um comentário maldoso por semana, isso quando as pessoas não estão inspiradas para lerem o que escrevo, porque a maioria não passa da primeira linha e já vão criticando.
O que mais me causa estranheza na atitude das pessoas desse país é que temos a Constituição das mais liberais do mundo, entretanto não é interpretado como deveria.
Um dos direitos que me garante a Constituição é a liberdade de credo ou a liberdade religiosa, se assim preferir, mas tudo o que vejo é todos podem ter a sua religião, desde que acredite em deus.
Se duvidar do que estou falando, basta chegar para uma pessoa “normal” e dizer que não acredita em deus. Logo vão aparecer inúmeros discursos de como deus é bom, como ele agiu em sua vida, como ele cuida de todos e blá, blá, blá, blá...
Falar isso para uma pessoa do seu convívio já causa um enorme problema, agora imagina falar isso na Internet!
Nossa! Tire o CEP do seu Profile do Orkut que vão promover o linchamento!
Muita coisa mudou desde o fim da ditadura política no Brasil, mas na minha opinião mudou para pior, pois se por um lado houve uma abertura maior para que todos supostamente pudessem ter acesso ao ensino público, por outro, a qualidade do ensino caiu a níveis tão baixos que não é capaz de formar pessoas capacitadas para a vida, nem para a reflexão.
São dados estatísticos, eu não inventei nada, basta a situação financeira da população piorar para aquecer as vendas de produtos religiosos!
Se não fosse essa fé que as pessoas têm de que existe alguém cuidando delas o número de suicídios ia aumentar consideravelmente, pois a lucidez de estarmos sozinhos nesse mundo cão é aterrorizante.
Basta prestarmos um pouco de atenção para perceber o quanto a religiosidade é estimulada no inconsciente coletivo: No Brasil temos vários feriados religiosos; a cada visita do papa, não se fala em outra coisa nos meios de comunicação; igrejas são consideradas instituição sem fins lucrativos e isentas de uma série de impostos.
Num país imenso como o nosso e pobre, temos centenas de exemplos de superação e cada um deles é atribuído a esse deus.
Houve um tempo em que até virou moda se declarar ateu, mas a medida que essas pessoas foram envelhecendo se converteram ao cristianismo, pois a idéia de morrer e não ir para o céu pode ser amedrontadora e ameaçador. A história do Cristianismo se confunde com a historia de cada um dos seres vivos desse planeta, pois em 313, o Imperador Constantino, através do Edito de Milão, liberou os cultos cristãos e em 391 o Imperador Teodósio, proibiu todos as outras religiões, exceto o Cristianismo, adotando-as como a religião oficial.
O que começou como obrigação, passou a ser parte de nossa vida e nossa cultura.
Aqui onde moro é um lugar de gente muito digna, mas gente muito pobre e com pouca instrução e acaba sendo um terreno muito fértil para as igrejas. E o que mais me impressiona nessas igrejas cristãs é que ao invés de pregar o cristianismo falam mais do outro, do demo. Não propagam a paz e sim o medo.
Dizem o tempo todo que o demônio está em todos os lugares, pronto para agir.
Ops! Não deveriam pregar que o amor de deus está em todo lugar?
Deus faz parte do inconsciente coletivo e se negar a acreditar nele é um crime punido com insultos, agressões e segregação.
Mas não vou ser eu a primeira a acender o estopim da minha própria fogueira!
Também não quero acabar com a ilusão de tantos, pois se não podem me provar que deus existe, também não posso provar que não existe.
Entendam bem, não prego nenhum tipo de preconceito a essa ou aquela religião, pelo contrário, gostaria que respeitassem o meu direito de não acreditar, pois acreditem que é mais difícil afirmar isso publicamente do que simplesmente fingir que acredito, aliás, como tantos fazem.
Conheço muitas pessoas que dizem acreditar em deus para não terem que dar maiores explicações. Dizem que deus está em todos os lugares. Que sentem deus na natureza, no amanhecer, no anoitecer e por ai vai. Mas, no fundo, no fundo, estão apenas se livrando de olhares maliciosos e explicações que não gostariam de dar.
Sei que é mais fácil provar a existência de um átomo do que a existência de deus, mas eu lanço o desafio: Provem-me a existência de deus que me retrato publicamente. Mas quero uma prova em que possa acreditar, nada dessas baboseiras sentimentalóides e subjetivas.

sábado, 8 de março de 2008

O centenário de "Seu" Argemiro




O centenário de “Seu” Argemiro




O “Seu” Argemiro, um velhinho descendente de italianos, muito branquinho, quase transparente e com olhos azuis da cor do céu estava completando 100 anos no dia 25 de dezembro de 2007.
Como todo bom descendente de italianos, era muito religioso e achava que fazer aniversário nessa data era uma verdadeira benção.
Filho mais velho de uma família muito pobre, passara parte de sua juventude como seminarista, para que pudesse estudar, e outra parte trabalhando como jornaleiro para sustentar a família, após a morte de seu pai.
Os anos lhe roubaram o vigor, mas lhe trouxeram sapiência e serenidade.
A família, que no dia 25 de dezembro estava sempre envolvida nas festividades do Natal, nunca tinha feito sequer uma festa só para ele. Quando muito cantavam um parabéns muito sem graça no almoço de Natal.
Esse ano planejaram fazer tudo diferente, pois estariam comemorando o centenário de “Seu” Argemiro.
Como Argemiro acordava bem cedo, lá pelas 6h, decidiram acompanhá-lo em um passeio pelo calçadão da praia com direito à paradinha para água de côco.
Acostumado com o esquecimento da sua data natalícia, não estranhou ou recusou que o acompanhassem, afinal, se ficasse em casa talvez atrapalhasse os preparativos da festa.
Na hora do almoço levaram-no para um restaurante superagradável, coisa que “Seu” Argemiro estranhou, mas não contestou.
O almoço parecia não terminar nunca, pois como o restaurante ficava perto da casa de “Seu” Argemiro, cada hora aparecia um parente diferente que se sentava à mesa, almoçava, conversava e ia embora, apenas ele e a filha pareciam não ir embora nunca.
Argemiro já estava cansado de ficar fora de casa, mas tiveram a infeliz idéia de levá-lo à missa, mas nem assim contestou.
Ao final da missa resolveram levá-lo para casa.
“Seu” Argemiro, como de costume, abriu a porta bem devagarzinho, deu um passo na penumbra de sua sala, acendeu a luz e ouviu os primeiros acordes de um estrondoso “parabéns pra você”.
No quintal os netos estouraram fogos.
Argemiro, que não esperava nada daquilo, arregalou os olhos azuis, levou as duas mãos para o peito e caiu durinho no chão.
Entre os muitos parentes de “Seu” Argemiro que estavam presentes, havia um médico que não demorou em correr em sua direção, porém já era tarde. O misto de susto e de emoção forte demais para seu coraçãozinho centenário.
Foi a primeira e a última festa de aniversário de “Seu” Argemiro.
Eu, que estava entre os muitos convidados da festa surpresa, fiquei como os outros: sem ação. Não queria ficar, mas também não sabia se deveria ir embora.
O que começou em festa acabou em velório. Que eu logicamente não fui porque prefiro lembrar de “Seu” Argemiro caminhando lentamente até à padaria bem de manhãzinha para comprar pão.
Porém, uma pergunta persegue até hoje cada uma das quase 50 pessoas convidadas para a festa: Será que se a festa não tivesse sido realizada “Seu” Argemiro poderia estar até hoje entre nós?

O cinema brasileiro




O cinema brasileiro




Podemos dizer que o cinema brasileiro passou a existir mesmo à partir da década de 90. De primeiro, todas as vezes que se ouvia falar em filme nacional, era o mesmo que falar de pornografia nacional.
Diferentemente do teatro e da televisão brasileira que sempre fizeram superproduções, o cinema brasileiro parecia ter uma predileção por chanchadas e pornografias.
Esse cenário começou a mudar graças ao pioneirismo de autores como Cacá Diegues. Cacá Diegues começou a mostrar temas cotidianos e a fazer com que o cinema brasileiro começasse a ser respeitado.
Eu confesso que demorei algum tempo para “aceitar” os filmes nacionais, mas aos poucos fui percebendo que as produções estavam cada vez mais primorosas e realmente preocupadas em conquistar o público brasileiro.
Posso dizer que hoje sou fã de carteirinha do cinema nacional, pois é bem mais interessante ver nas telas a nossa terra e a nossa gente do que um bang-bang importado.
Tem um filme em especial que me fez cair de amores pelo cinema nacional: A Partilha de Miguel Falabella. Aliás o filme já tinha sido encenado no teatro, mas como moro na roça não pude ver.
Para mim, até um tema batidinho como a troca de corpos entre duas pessoas fica especial com as caras e as cores de nossa bandeira, como é o caso de “Se eu fosse você”.
E o talento que os nossos atores têm para fazer comédia!
Afirmo com todas as letras que “Trair e coçar é só começar” e “Muito gelo e dois dedos de água” são melhores que qualquer comédia que já tenha visto na vida!
Segunda, dia 03/03, a Tela Quente exibiu um filme que tem um similar nacional, que aliás tem no papel principal nada mais nada menos do que Antonio Fagundes.
Quem parece não perceber o quanto o cinema nacional evoluiu são os donos de locadoras, pois é muito difícil de encontrar em suas prateleiras.
Também não podemos culpá-los totalmente, pois os filmes idiotas de aventura e ação saem das prateleiras com maior facilidade, pois não precisa pensar para entender, quando tem o que se entender...
Se pensarmos bem não é se estranhar, pois quando uma pessoa declara em rede nacional que “Graças a Deus nunca teve o hábito de ler um livro”!
Melhor mesmo é abastecer a locadora com filmes que tenham bastante tiro, lutas e pouco enredo, senão corre o risco de falir, afinal num país onde o programa de maior audiência é o Big Brother não poderia ser diferente.
Mas, enquanto existir Miguel Falabella que consegue falar do inteligente o simples, o cinema nacional estará a salvo.

Link Quebrado


Link Quebrado




Ela queria multiplicar;
Ele não queria dividir,
Então somou-se, multiplicou-se e acabaram divididos.
Ela ficou com a porção maior;
Ele começou a subtrair.
O fez quantas vezes quanto achou necessário.
Ela decidiu dividir;
Ele não quis negociar.
Ela resolveu ser;
Ele decidiu ter.
Ela juntou sentimentos;
Ele colecionou coisas.
Ela ficou sem nada;
Ele ficou sem ninguém.
Ela cercada de amor;
Ele cercado de objetos.
Ela divide o pão;
Ele mendiga atenção.
Ele agora quis dividir;
Ela não quis conversar.
Ele terminou sozinho;
Ela perdeu seus sonhos.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Comentário anônimo



Esses dias eu recebi um curioso comentário anônimo em meu blog: Uma pessoa que não quis se identificar dizia, em português errado, que a introdução do meu trabalho sobre Mitologia Grega, apresentado em 1990 na Universidade Federal Fluminense, estava “mau” feita e que eu era burra.
Apesar de estar escrito de maneira chula (porque não dizer chulé), tal comentário me deixou lisonjeada, uma vez que o trabalho foi apresentado à professora Lia Tovar da cadeira de História da Arte I e esta me presenteou com um 10 com louvor. Se o trabalho foi MAL feito e um professor de História da Arte não percebeu e o meu caro leitor anônimo sim, significa que o meu blog foi comentado por um vasto conhecedor da matéria!
Quem sabe um PHD em História da Arte?
Quem sou eu para contestar tanto conhecimento?
Aliás, como não considerar um comentário escrito na tão pouco usada segunda pessoa do singular?
Só isso já garantiria para demonstrar toda sapiência de nosso interlocutor se não fosse apenas uma coisinha:
Mal = Bem
Mau = Bom
Portanto, meu caro anônimo, a introdução pode estar mal escrita, não mau escrita.
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