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sábado, 26 de janeiro de 2008










A Mitologia
e a
Arte Grega

Sumário

Sumário


Introdução




1) Zeus, o mito e o governante do Olimpo...pág
1.1) O deus consagrado pelos homens...pág
1.2) Zeus, o mito...pág
1.3) Os mitos antecessores...pág








2) A construção do Olimpo...pág
2.1) Zeus e suas famílias...pág








3) A mitologia e a arte...pág
3.1) Uma visão da cerâmica...pág






3.2) A era de Fídias...pág
3.3) O Panthernon...pág
3.4) A era de Praxíteles...pág
3.4) A geração pós Praxíteles...pág










Conclusão...pág


Notas...pág


Bibliografia...pág
Árvore genealógica de Zeus
Urano e Gaia tiveram 12 filhos:
Oceano, Hiperion, Crio, Coió, Crono, Rea, Febe, Mnemosie, Teia, Temis e Tetis.
Da união de Crono e Rea nasceram:
Demeter, Hades, Hera, Poseidon, Hestia e Zeus.

1- -Zeus O DEUS E GOVERNANTE DO OLIMPO

Primeiramente havia o CAOS, uma forma vaga, indefinível, indescritível, onde todos os princípios dos seres humanos se misturavam e se confundiam. Caos era uma divindade rudimentar, capaz de gerar sozinha. Gerou primeiro a noite e depois Ébano que se casaram.
Dessa união nasceram Áiter ( o Éter) e Hemera (o dia).
Caos, sem se unir a divindade nenhuma, gerou tudo quanto é doloroso no mundo: Hipos (o Sono), Ôneiros ( o Sonho), Momo (o sarcasmo acrimonioso), as Hespérides (guardiãs do pomo de ouro), Gera ( a Velhice), Apate ( o Engano).
Gaia é a deusa que nasce imediatamente após o Caos e, também sozinha, gera Urano.
A partir da união entre Caos e Gaia, a fecundação deixa de ser “mágica”, aproximando cada vez mais homens e deuses.
A cada nova geração de deuses são acrescentadas mais características humanas e as características divinas vão desaparecendo até se reduzirem à onipotência e imortalidade.
Seguindo essa linha de pensamento, podemos dizer que muitos deuses foram “reis do universo”, entretanto, nenhum poderia se fixar se não fosse humano o bastante para atender o desejo dos homens em ter como divindade-governante um homem com algumas características divinas.
Zeus se torna o deus-governante do mundo material e espiritual por ser ele o deus que possui característica humanas sem deixar de possuir os “dons especiais” dos deuses.




1.1- O deus consagrado pelos homens


Todas as sociedades primitivas criaram deuses para explicar os fenômenos da natureza e, por ser a sociedade grega a mais humanizada da era pagã, criou deuses os mais próximos possíveis da sua realidade.
Como pudemos constatar na árvore genealógica de Zeus, e mesmo no item anterior, existiam deuses antecessores, entretanto Zeus foi consagrado como deus maior da mitologia grega. Tal fato é facilmente explicado por Platão quando diz que quatro gerações são necessárias para apagar um mal feito.
Passando as leis dos homens para a criação dos deuses, poderíamos dizer que a deusa Gaia era uma divindade totalmente suprema aos homens, pois do nada foi criada e do nada criou.
O único pecado de Gaia foi também o mais grave: Estar tão acima dos homens que de ninguém precisaria para nascer ou conceber, para a sociedade grega um pecado imperdoável e inconcebível. Quatro gerações(3) sucederam-se para “humanizar” os deuses e “apagar” sua total supremacia.
Antes de Zeus as divindades poderiam estar em todos os lugares ou em lugar nenhum. Zeus constitui e organiza as ordens divinas, estabelecendo no Olimpo uma hierarquia social muito parecida com a vigente na Grécia.




1.2- Zeus, o mito


Conta a lenda(4) que Zeus nasceu em Arcádia e que foi criado em Creta, onde Rea, sua mãe, o deixou aos cuidados dos Curentes(5) e das Ninfas(6). Lá, sua ama de leite foi a cabra Almatéia, que, numa variante da lenda, era uma Ninfa. A pele dessa cabra, depois de morta, serviu de proteção a Zeus sob o nome de Égide. No mesmo local as abelhas alimentaram o Zeus-menino.
Chegando à idade adulta, Zeus resolveu conquistar o poder até então exercido por Cronos. Com esse objetivo, consultou Metis(8) que lhe deu uma uma droga mágica que faz com que Cronos vomite os filhos de Rea, engolidos logo após terem nascido. De volta à vida, seus irmãos contribuem decisivamente para a vitória de Zeus(9).
Sobre os seus “dons divinos” podemos dizer que Zeus é especialmente o deus da luz, do céu e dos raios, mas assemelha-se de um modo geral com o céu e os seus fenômenos (na tríade em que Apolo se identifica com o sol e Posseidon com o mar). Zeus era o filho mais novo do titã Cronos e de Rea e um dos deuses olímpicos.
Fazendo uma pequena observação sobre o texto acima podemos, de imediato, notar que três fenômenos da natureza são explicados pela presença de deuses:
- Os fenômenos do céu (a chuva, os raios...) são atribuídos a Zeus;
- O nascimento do sol, que sempre fascinou os povos primitivos, foi explicado na Grécia pela presença de um deus que o coloca e o retira do céu;
- A revolta dos mares (as ondas, os maremotos...) também é atribuído a um deus.




1.3- Os mitos antecessores


a) Gaia


Personificação da terra como gerador das raças divinas. A terra fecunda, gera todas as sementes de onde nascerão todos os deuses olímpicos.
Nascida imediatamente após Caos gerou sozinha:
- Urano (o céu) que a cobriu;
- as montanhas;
- Ponto (o mar).
Depois se unindo a Urano, gerou os deuses propriamente ditos.
Sobre esse parágrafo de Gaia podemos dizer que, primeiramente aparecem, como nas outras culturas primitivas, a deusa Terra, o deus Céu e o deus Mar. O que difere os deuses gregos dos demais é que na Grécia eles possuíam uma personificação.


b) Urano


O céu personificado. Filho e esposo de Gaia, com a qual teve numerosos filhos. Gaia, cansada de procriar, pede proteção aos filhos contra a insaciabilidade amorosa de Urano.
Cronos, o filho mais novo, é o único a concordar e, armado com uma foice, arruma uma emboscada, castra-o e lança os seus testículos ao mar.
O sangue saído do ferimento cai sobre Gaia fecundando-a e dando origem às fúrias.
Sobre a lenda de Urano, pode-se dizer que foi a primeira vez que é atribuído aos deuses atitudes e sentimentos tipicamente humanos tais como raiva, vingança, furor sexual.
Temos sobre essa lenda a censura feroz de Platão quando diz ser o episódio uma invenção do poeta Hesíodo e, mesmo que fosse verdade, não deveria ser divulgado, pois “denigre a imagem dos deuses perante aos homens”.




c) Cronos


Filho de Urano e Gaia. Pertence à raça dos titãs. Após ferir seu pai, destrona-o, passando à condição de rei dos deuses e senhor do mundo. Cronos casou-se com Rea, sua irmã e, na sua onisciência, sabia que seria destronado por um de seus filhos, logo após o nascimento. Rea, sentindo o nascimento de Zeus, resolve dar à luz às escondidas.
No outro dia deu uma pedra envolvida em fraldas para o marido.

2- A construção do Olimpo

Poderíamos dizer que à partir de Zeus inicia-se um novo capítulo na mitologia grega, porém, após uma exaustiva pesquisa, chega-se à conclusão que Zeus iniciou toda a mitologia e que todos os deuses e deusas anteriores forjam apenas o seu passado.
Nenhum deus possui uma lenda significativa a não ser que esteja ligado diretamente a Zeus. Nem mesmo os dicionários mitológicos registram muito mais que seus nomes, filiação, matrimônios e sua prole.
Sobre a união dos deuses, também podemos notar que cada um dos deuses primitivos só contraiu um matrimônio, enquanto Zeus casou-se seis vezes e teve incontáveis uniões ilícitas.
É importante notar que, dos doze deuses, filhos de Urano, apenas Cronos, pai de Zeus, possui uma lenda substancial registrada na maioria das fontes consultadas. Aos demais filhos de Cronos só é permitido ter uma lenda substancial em torno de Zeus, uma vez que é o único que “escapa” de ser engolido e ainda liberta os irmãos, portanto, não há nem mesmo vida para os demais filhos de Cronos até que Zeus chegue à idade adulta.
Zeus, após uma série de lutas, estabelece-se firmemente no poder e inicia uma nova geração, a geração Olímpica.


2.1- Zeus e suas esposas


A primeira esposa de Zeus foi Metis, cujo nome significa Prudência. Filha de Oceano e Tetis, pertencia à geração pré-olímpica.
De Metis deveriam sair, por vontade do destino, os filhos mais sábios dentre todos, entretanto, deveria dar a luz a um deus que seria rei dos homens e dos deuses(10). Zeus, prevenido por Urano e Gaia, engole a mulher grávida. No momento do parto, Zeus deu ordens a Hefesto (deus do fogo) para fender-lhe a cabeça ao meio e dela saiu a deusa Atena que, por estar dentro de Zeus, conhecia o que significava felicidade ou infelicidade para o deus.
A segunda união de Zeus foi com Temis, que foi mãe não só das Horas: Eunômia (disciplina), Dike (justiça) e Eirene (paz), “que velam as obras dos homens mortais”; como também das moiras: Cloto, Sáquesis e Átropos, “que sozinhas dão aos homens mortais a felicidade ou infelicidade”.
Eurídone, filha de Oceano, “deusa de sedutora beleza”, deu ao deus três filhas (as Graças ou Cárites): Aglaé, Eufrosia e a amável Tália.
Zeus sucumbiu, também, no leito de Deméter. Esta concebeu Perséfone que, na versão mais conhecida de sua lenda, foi raptada por Hades (deus do “inferno”)(11). Deméter, transtornada com o desaparecimento da filha, perambula por toda Grécia à sua procura. Comovido com o desespero de Deméter, Zeus dá ordens para que Hades a devolva, porém já era tarde, pois Perséfone já havia quebrado o jejum do inferno (12) comendo um grão de romã. Em uma tentativa conciliatória, Zeus decide que a deusa deveria passar parte do ano no “reino dos mortos” e outra parte com sua mãe.
Amou ainda Mnemosine, “a deusa dos belos cabelos” e foi dela que nasceram as nove Musas “de dourada fronte”, que se divertem “com a alegria de cantar e dançar”.
À procura da mulher ideal, Zeus uniu-se a Setó (deusa da geração mais antiga – filha de Caio e Febe). De Setó nasceram Apolo e Artemis que, segundo o poeta grego Hesíodo, “são os mais maravilhosos dentre os descendentes de Urano”. Apolo era patrono da profecia, da arte de usar arco e flecha, da juventude e da medicina, sendo também deus da claridade e aparecendo às vezes como a divindade protetora dos rebanhos. Ártemis, irmã gêmea de Apolo, a exemplo de seu irmão, manejava perfeitamente o arco e flecha.
Após tantas uniões, Zeus uniu-se a Hera que, por amor, tornou-se sua derradeira esposa. As relações de Hera com Zeus caracterizavam-se por ciúme doentio e feroz. Desta união nasceram Hebe (deusa da juventude), Ares (deus da guerra, “sedento de sangue e ansioso por carnificinas”) e Ilíadia (“divindade protetora das parturientes”). Em uma relação amorosa com Zeus, quando Cronos ainda era o rei do universo, a deusa concebeu Hefesto.
Logo após o seu nascimento, Hefesto foi entregue a Cedalion (um habitante da ilha de Maxo) para aprender com ele a arte de trabalhar com metais.
Zeus teve também inúmeras ligações ilícitas das quais nasceram vários deuses e heróis.

3-A mitologia e a arte

Os antigos gregos, seja pelo idioma, ou pela religião, consideravam-se diferentes dos outros povos, atribuindo o nome de Helena aos habitantes da Grécia Central e Bárbaros àqueles que não falavam grego.
O culto ao belo da perfeição humana observa-se em todos os aspectos da arte grega e pode ser retratada na frase do filósofo grego Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”. Essa busca incansável daqueles que seriam os cânones ideais de uma sociedade, se apresenta na concepção da figura dos deuses. Formalmente perfeitos, porém com características da personalidade humana, com seus adjetivos e pejorativos.
A mitologia e a arte caminhavam juntas desde a sua formação, com exceção da fase geométrica da cerâmica.
No início a arte grega estava um tanto quanto impregnada pela arte egípcia e as suas formas rígidas ainda apareciam na pintura das cerâmicas e até mesmo nos Kouros e Kourés (esculturas oferecidas aos deuses). Aos poucos, a pintura de cerâmica começa a ganhar movimento, surge então, paralelamente, as esculturas de deuses que combinavam, harmoniosamente, a rigidez egípcia e a liberdade criadora, característica da obra grega.
A liberdade criadora grega chega ao seu apogeu com a libertação total da expressão, da forma e do trato anatômico que era conferido a sua estatuária.

3.1- Uma visão da cerâmica


Antes do “descobrimento” de Pompéia, a única maneira que tínhamos para conhecer a pintura grega era através da cerâmica. A pintura desses vasos passa por três fases: geometrizante, figura negra e figura vermelha.
Em Atenas, desenvolveu-se uma importante “indústria” de pintura e os humildes “operários da cerâmica” introduziram as mais novas técnicas e as mais recentes descobertas em produtos.
No século VI a.C. ainda encontramos vestígios egípcios.
Nesse vaso de figuras negras vemos os heróis de Homero(Aquiles e Ájax) jogando dados. As figuras ainda são mostradas de perfil e com os olhos de frente, entretanto, seus corpos não apresentam mais a mesma rigidez.

3.2- A era de Fídias

Os artistas eram os “operários da arte” e estavam reunidos na classe mais humilde da sociedade grega, entretanto, em 480 a.C. Péricles os trata como iguais. Dois foram os homens cuja missão foi prestar homenagens aos deuses: o arquiteto Ictino e o escultor Fídias.
As obras que consagraram Fídias( a Palas de Atenas e o Zeus em Olímpia), perderam-se irremediavelmente, porém os templos onde foram colocados ainda existem e, com eles, algumas decorações.
Na figura acima temos uma parte da métope do templo mais antigo, o templo de Zeus em Olímpia, que foi iniciado por volta de 470 a.C. Na métope do templo estavam representadas as façanhas de Hércules e esta ilustração mostra o episódio em que o herói foi mandado colher os frutos das Hesperias. Sendo a tarefa difícil demais até mesmo para o herói, pede para Atlas (deus que sustentava o céu nos ombros) para realizá-la. Atlas concorda desde que Hércules assumisse seu fardo. O relevo mostra Atlas retornando com os frutos nas mãos e entregando-os para Hércules que sustenta o céu com umaalmofada nos ombros, colocada por sua protetora Atena.
Fídias preferiu mostrar figuras em atividade sóbria, de frente ou mesmo de lado. As figuras apresentam-se com vestígios de arte egípcia, entretanto, podemos observar que já não representam mais obstáculo para a liberdade criadora do artista que começa a explorar as principais articulações da anatomia humana e formar sua “imagem conveniente”. As vestes são utilizadas para marcar as principais divisões do corpo.
A fusão entre o hermetismo e a liberdade criadora faz o equilíbrio da arte grega que as fizeram admiráveis durante séculos.

Atena de Fídia


3.3 – O Pathernon


Dos originais gregos que chegaram até nós, “as esculturas do Pathernon refletem a liberdade criadora como maneira mais digna de admiração”. O Pathernon foi iniciado em 450 a.C., vinte anos após o templo de Olímpia e, nesse espaço de tempo, os artistas já tinham resolvido muitos dos problemas de desenvoltura convenientes às representações. A não indicação do artista que fez a sua decoração e, como fora Fídias que fez a estátua de Atena do santuário, também a ele atribuiu-se as decorações.
No relevo mostrado, temos um friso que corriaa em toda parte superior interna do templo e representava o desfile anual na festa solene à deusa Atena. O relevo está seriamente danificado, apresentando quebras em sua superfície e a cor de seu fundo desapareceu.
Os gregos pintavam não só o fundo de seus relevos como também seus templos com cores contrastantes como, por exemplo o vermelho e o azul.
Conseguimos notar nesse relevo, apesar de estar danificado, que as figuras que mais se destacam são os cavalos. Seus ossos e músculos são mostrados sem que pareçam rígidos. Encontramos a mesma perfeição nas figuras humanas que se movimentam com liberdade e têm seus músculos em destaque e as poucas vestes aparentam transparência e leveza.
Todas as obras gregas desse período, que se inicia no ano 450 a.C. mostram que os artistas estão descobrindo a liberdade de criação e representam corpos em qualquer posição de movimento e expressão.

3.4 – A era de Praxíteles

No mundo grego do século V a.C. destacava-se como artistas maior Praxíteles, consagrando-se sobretudo pelo “encanto de sua obra, a doçura e o caráter insinuante de suas criações”.
Imagina-se que a obra acima, descoberta no templo de Olímpia, teria saído de um original feito por suas mãos, mas não podemos fazer disso uma afirmativa porque a escultura que chegou até nós pode ser uma cópia em mármore saído de um original em bronze.
A escultura representa o deus Hermes segurando e brincando com o jovem Dionísio.
Na obra de Praxíteles, todos os vestígios de rigidez desapareceram e suas representações apresentam-se “numa postura solta e descontraída, que não prejudica a sua dignidade”. O artista também se preocupa em mostrar as articulações corporais, porém sem rigidez alguma, dando movimento às suas criações. Consegue mostrar os ossos e músculos sob um corpo macio e cheio de vitalidade, “ em toda a sua graça e beleza”.
É importante não esquecer que, apesar de os artistas gregos “começarem por copiar a aparência de um homem real”, o embelezavam omitindo os traços que não harmonizassem com a idéia de corpo perfeito”.
As obras de arte desse período, mostra seres humanos de um mundo belo e “superior”.
Muitas das mais famosas obras que chegaram ao nosso conhecimento são cópias ou variantes de estátua originalmente me bronze.

Ideal de beleza


Esta segunda escultura é Apolo de Belveder, que representava o corpo ideal do homem grego.

3.5 – A geração Pós-Praxíteles

A geração que se seguiu a Praxíteles começa gradualmente a animar as feições do rosto. Sem distituir a belez, começam a captar o “caráter particular da fisionomia”.
No século IV, mais especificamente na época de Alexandre, o escultor de destaque era Lisipo, “o mais célebre artista da época e cuja fidelidade ao natural espantava os seus contemporâneos”.
O problema que os estudiosos encontram em analisar retratos antigos é não ter outra fonte fidedigna para usar como comparação. Se fosse possível fotografar o imperador Alexandre, chegaríamos à conclusão de que ele é muito diferente de sua escultura. Alguns historiadores acreditam que a escultura de Alexandre se assemelha mais a um deus grego do que com o conqistador que era.

Estátua de Laaconte

Esta escultura apresenta uma cena descrita em Eneida, de Virgílio: Cena em que Laocoonte, após vir do cavalo de madeira, é castigado pelos deuses, que viram ameaçados seus planos de destruição de Tróia.
Os deuses enviam serpentes gigantes que o esmaga junto com seus filhos.
Se observarmos a escultura com atenção podemos notar que o artista utilizou-se de contorções musculares e expressões faciais de dor para dramatizar a cena.
Neste momento, a arte já aparece desvinculada da religião. É a arte pela arte. E “os artistas estavam mais interessados nos problemas especiais de seu ofício do que pôr a sua arte a serviço de uma finalidade religiosa”.

Conclusão

Após uma série de leitura e estudos, chegou à conclusão de que é muito difícil traçar um só perfil sobre os deuses ou mesmo sobre o seu deus maior, Zeus.
Nas inúmeras obras de poetas gregos o “deus maior” aparece com muitas faces: a do deus justo, capaz de promover a harmonia cósmica; o vingativo que faz de tudo para derrotar os inimigos, usando para isso métodos pouco ortodoxos; e o deus interesseiro que protege apenas aqueles que lhe prestam oferendas. Sobre todos esses “Zeus” concluímos que ele é um deus-humano, com seus vícios e virtudes.
Todas as manifestações artísticas da Grécia estão intimamente ligadas aos homens e suas leis. O apogeu, por assim dizer, da humanização da cultura grega foi o período helenístico, quando os deuses assumiram totalmente posturas dos humanos.
É importante lembrar que mitologia e arte têm movimentos de ascensão contrários e paralelos. Isto é, quando a mitologia está em ascensão, o artista é mero operário da arte, quando o artista ascende, a mitologia deixa de estar em seu foco principal.
A arte greco-mitológica pode ser dividida em três fases:
- A primeira ainda incorpora traços da rigidez egípcia, o que não nos causa nenhuma estranheza, pois toda arte começa seguindo modelos anteriores;
- A segunda fase poderíamos chamar de clássica, pois foi a época em que os deuses estão no apogeu. As formas rígidas começam a ganhar movimento e, para mim a fase mais fascinante, tanto na parte mitológica, quanto nas artes, pois convivem juntas a rigidez e a liberdade criadora. A humanização dos deuses e as críticas de Sócrates (divulgadas pelo seu discípulo Platão), caminham lado a lado.
- A terceira e última fase, cultua os homens ou os deuses-humanos. É também a arte pela arte, isto é, antes de cultuar deuses ou heróis, cultuam a sua arte. Até mesmo os poetas passam a escrever sobre as artes e sobre a vida dos artistas que, nas eras anteriores eram comparados a operários e pertenciam Às camadas mais humildes da sociedade grega.
O que ocorreu na Grécia nesse período foi uma decadência social, entretanto, não podemos dizer o mesmo da sua arte. Houve perdas e ganhos.
A mitologia quase que desaparece, mas os heróis estão em destaque.

Notas

1- A palavra mitos aparece não em sentido literário e sim em relação à mitologia
2- Onde se lê lenda quer se dizer história dos mitos
3- Considerando: Gaia a primeira, Urano a segunda e Crons a terceira
4- De acordo coma outra versão da lenda, Zeus nasceu na ilha de Creta
5- Curetes: Gênio que executavam danças ruidosas em torno de Zeus para evitar que Cronos ouvisse seu choro
6- Ninfas: Divindades secundárias, com aparÊncia de mulheres jovens e belas, que personificam elementos da natureza
7- Derivado de Aigis uma referência a cabra- Áix, em grego
8- Divindade da geração pré-olímpica
9- Em nenhuma fonte consultada fica claro se Zeus mata Cronos
10- Há uma lenda que diz que a cada geração divina nasce um deus que deverá ser governante
11- Todo aquele que quebra o jejum no inferno é condenado a permanecer lá

Bibliografia

COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. Trad. Tomaz Lopez. Rio de Janeiro, EDIOURO.


GOMBRICH, E.H., A História da arte. Trad. Phaidon Press Limited, de Oxforf, Inglaterra. Rj. Zahar Editores, 2ªed., 1972.


HAUSER, Arnold. História social da literature e da arte. São Paulo. Editora Mestre Jou, 1982


HESÍODO. Teologia. Trad. Do original grego e comentadp por Ana Lúcia Silveira Cerqueira e Terezinha Áreas Lyra. Niterói, UFF, 1ª ed., 1979.


KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editora Ltda, 1990.


MÉNARD, René.Mitologia e Arte. Trad. Aldo Della Mina, São Paulo. Editora das Américas S.A., 1965.


PLATÂO. Diálogos.trad. Leonel Vallandros. RJ. EDIOURO, Coleção Universidade de bolso.

sábado, 30 de junho de 2007

O amor é prejudicial desde o princípio dos tempos

Para aqueles que acreditam que amor é salvação e não perdição eu inicio um série nesse blog que tentará provar justamente o contrário.




Ariadne




As desventuras de Ariadne ou Ariadna, filha de Pasífae e de Minos, rei de Creta, começaram quando ela deu a Teseu, seu amado, o fio que lhe permitiria sair do labirinto onde vivia o Minotauro, metade touro e metade homem. Depois de deixar Creta junto com Teseu, este, talvez obedecendo a ordens de Atena, abandonou-a à própria sorte na ilha de Naxos. O destino posterior de Ariadne é objeto de versões divergentes. Segundo uma, ela teria se suicidado em Naxos; segundo outra, teria encontrado a morte ao dar à luz em Chipre. A versão mais difundida é a de que Afrodite sentiu piedade pela jovem abandonada e lhe deu por esposo o deus do vinho, Dioniso. Dessa união teriam nascido dois filhos. Outra versão do mito afirma que Ariadne morreu em conseqüência da intervenção de outra deusa, Diana, por sua vez incitada pelo próprio Dioniso. A origem do mito de Ariadne deve ser buscada na Creta minóica e em algumas ilhas próximas, como Naxos, ou mais afastadas, como Chipre, onde era considerada deusa da vegetação. Os habitantes de Naxos, por exemplo, costumavam homenagear Ariadne com alegres festivais e sacrifícios de caráter ritual.


Nessa versão da história temos todos os pontos de uma relação: Uma mulher apaixonada, que foi enganada por um canalha e sofre por isso.
Todos os elementos completos de uma relação perfeitamente normal nos dias de hoje, só que na historia narrada acima a culpa de tudo era dos deuses do Olimpo que interferiam na vida dos homens na Terra, mas como explicar o fato nos dias de hoje?
Alguns fanáticos religiosos costumam colocar a culpa no demônio, mas para mim é só mais uma forma de justificar o injustificável.
Hoje de tarde eu assisti um filme que mostrava mais de uma relação falida. Nesse filme, a mulher enlouquecia antes de tentar tomar um rumo novo para sua vida. O que mais me impressionou no filme foi uma frase usada pela maioria dos homens no filme: “Não vale a pena discutir isso com você”.
Os homens falam isso o tempo todo, como se as mulheres fossem realmente umas retardadas e não tivessem capacidade de resolver os problemas em conjunto só porque um dia se apaixonaram.
Tenho pena de todas nós, tenho pena de mim.
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