quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vida





Os peões se posicionam para mais uma batalha.
Os guerreiros da luz e das trevas já esperam pelo embate.
A dama já posicionou ao para proteger seu protetor.
Com as bênçãos da igreja e a proteção das torres tentam manterem-se juntos e intactos.
Um a um os peões caem levando com eles a resistência dos jogadores.
Agora não há mais como não entrar no jogo, parte em socorro a igreja.
Se algo tem que ser sacrificado, que seja a religião, pensa um, enquanto o outro prefere perder a força de se cavalo.
Fé perdida, agressões verbais, tudo está em jogo.
O rei se movimenta atônito, tentando evitar o pior, enquanto a sua dama ataca em todas as posições.
Uma rainha ataca, outra defende.
Um cavalo passeia em L, enquanto o outro deita-se em embate perdido.
Um move uma peça, o outro pensa, absorve joga.
Há o embate, há o desgaste em um jogo em que todos perdem, nenhum é o vencedor, apenas a dor ocupa o espaço das casas peças abatidas, dos sentimentos perdidos.
Mais um movimento e xeque...
... Mate.
Uma sensação de alívio pelo fim de mais uma batalha, mas o sentimento de perda envolve os dois jogadores.
Não há vencido ou vencedor, apenas dois seres que insistem em jogar, quando na verdade gostariam mesmo é de amar.


Gravura by Antonio Martins

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