domingo, 31 de maio de 2009

A lavagem da erva


Meus amigos de infância. O que posso contar sobre eles, além de que não tive muitos.
Aliás, não tive muitos amigos a minha vida toda, pois sempre fui muito "mutante”.
Até meus 5 anos não posso dizer que tenha tido algum amigo, além dos imaginários, pois morava em uma livraria na Rua Pedro I, no centro do Rio de Janeiro, em frente ao Teatro São José!!!
criança!
Mas aos 11 anos minha família se mudou para um lugar muito pitoresco, chamado Ilha da Conceição.
Também não tive muitos amigos lá e, a maioria, protagonizou histórias tão normais e chatas que não valeria a pena relembrar. Desta época lembro-me bem de uma amiga (que evidentemente vou trocar o nome) que me fez "entrar em cada fria" que gostaria de contar pelo menos uma história: Patrícia, assim como eu, não pertencia àquele lugar. Tinha aspirações em ser modelo, mas tinha apenas 1,55 de altura e, por isso não rolava. Para vocês terem uma idéia da figurassa que ela era, lembrem da Maria Paula (do Casseta e Planeta). Ela é igualzinha a ela, até na maneira de falar! Dos bastidores da moda, a única coisa que aprendeu bem foi a fumar maconha! Então nos afastamos, pois aquele cheiro insuportável de Patcholi nos cabelos era insuportável. De vez em quando, talvez por uma curiosidade mórbida, eu a procurava. Neste dia, quando cheguei, a mesa estava posta, com os pratos virados para baixo, esperando a pizza que estava no forno. Sentamos na mesa para esperar que a mãe da garota nos servisse. Quando a mãe da garota entrou na cozinha, tirou a pizza do forno e começou a cortar (de costas para nós), a louca me tira um baseado e atira no fundo do prato de seu namorado que, no mesmo instante, atira no meu. Eu escondi, rapidamente, debaixo do prato virado, na esperança de devolvê-lo à ela antes que alguém percebesse. Infelizmente era domingo à tarde e a casa estava cheia.A mãe da garota chegou com a pizza e ia desvirando os pratos e servindo. Quando chegou no meu, desvirou o prato de uma maneira que o baseado caiu mo meu colo!!! Fiz uma cara de "e agora?", peguei o baseado escondi no sutiã. A intenção era devolver antes de ir embora, mas conversa vai, conversa vem e o baseado acabou indo para casa comigo. Cheguei em casa, recolhi a toalha e algumas roupas do varal e resolvi tomar banho na casa principal mesmo ao invés de "subir" para meu quarto. Tirei a minha roupa sem me lembrar mais do fato ocorrido. Após tomar banho, recolhi a roupa do chão, despreocupadamente, e coloquei dentro da caixa de roupa. Fui dormir sem sequer me lembrar do que aconteceu.No dia seguinte, ao acordar, sentei na cama para rir do acontecido e "pimba"! Desci a escadas correndo, entrei na casa, fui direto para procurar a caixa de roupas e já era! Com "aquela cara de gato que engoliu o canário", fui até o "quartinho" onde minha mãe lavava as roupas e ela estava com a cara mais emburrada desse mundo, apoiada na máquina de lavar, com um cigarro (comum) aceso. Não abri a minha boca e "fiquei esperando para ver no que ia dar" a minha imprudência.
Nada aconteceu!?!?!?!?!
Passei o dia andando de um lado para o outro sem entender nada.
Quando a senhora que trabalhava lá em casa deu o alarde:- "Dona Crô!" Acho que a senhora acabou lavando algum cigarro junto com a roupa!
Minha mãe lavou o baseado!
Eu não podia acreditar no que via!
Tinha erva espalhada pela maioria das roupas do varal!!
Senti um misto de alegria e de susto, mas não consegui conter uma enorme gargalhada ao ver o desfecho de uma história que tinha tudo para acabar mal ou, no mínimo com uma centena de explicações ou horas em um analista!

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