segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Religião ou loucura?


São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.
Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não são comprados por dinheiro". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.
Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!
Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.
São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.
Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.
O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, no dia 27. No dia 27 as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.
Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás.






Quando eu era criança, o dia de São Cosme e São Damião era uma verdadeira festa!
O colégio dava doces, as mães davam doces, as vizinhas davam doces. Era tanto doce que a gente não agüentava comer tudo no mesmo dia!
O tempo foi passando e os doces foram diminuindo. Muitos pais também deixaram de aceitar os doces por se tratarem, segundo eles, doces de macumba. Eu nunca fiquei doente por comer os tais doces de macumba. Para mim eram apenas doces. De alguns eu gostava, de outros não, mas nenhum me fazia mal.
Eu não sei quem foi que inventou essa besteira de que a criança que come doce de São Cosme está cultuando o demônio!
Hoje em dia é demônio para cá, demônio para lá! E o pior é que essa gente coloca essas besteiras nas cabecinhas das crianças.
Não sou contra as pessoas seguirem uma religião, mas colocar certos medos nas cabecinhas das crianças acho uma verdadeira crueldade!
Conheci uma família que obrigava a filha a freqüentar a igreja todos os dias por causa de um coral que a menina participava e era solista. Todos os dias pela manhã era a mesma coisa: a mãe da menina pegava o telefone e começava uma verdadeira rede de intrigas para manter a menina como solista da igreja.
Se alguma mãe reclamava e pedia para o filho fazer o solo estava declarada a guerra!
Há alguns anos, quando meu filho fez 5 anos, eu dei uma festinha no colégio onde ele estudava e 3 crianças ficaram em um canto porque não podiam participar.
Se fosse setembro eu até entendia, mas que mal poderia haver em se comer um bolo de aniversário em março?
Eu fiquei revoltada com a história, mas não podia fazer nada, pois a professora me disse que se as mães das crianças soubessem que elas comeram algum docinho da festa, tiravam as meninas do colégio.
Que o mundo está mesmo uma loucura, eu concordo, mas daí a ver o demo em todos os lugares, acho um pouquinho demais. Sem contar que ter uma fé é saudável, mas fazer da igreja uma obrigação acho que não faz bem para ninguém!
A religião da maioria dessas pessoa passou a ser um meio para elas se projetarem, aparecerem.
Criança tem que ser criança, não deveria se preocupar com coisas como demônios e suas armadilhas. Quando eu era criança, minha avó costumava dizer que não precisava ter medo do escuro porque as crianças eram anjos e nada poderia nos atingir. Hoje em dia, as crianças vão para um acampamento de férias e ficam com medo porque algum louco fala para elas que a boneca riu com uma risada sinistra enquanto elas dormiam e obrigam a dona da boneca a entregá-la para que seja purificada e enterrada!
Com certeza eu me sentia protegida, quando criança, porque acreditava que era um anjo e nada me faria mal. Hoje em dia fazem as crianças temerem uma simples boneca feita de látex, produzida em série, feita para divertir.
Essa questão religiosa é realmente complicada! Os doces são de macumba, a apresentadora de tv tem pacto com o diabo, a música que ela canta se for invertida cultua demônios, a Hello Kit não tem boca porque é do mal, a boneca riu porque estava num acampamento de gente religiosa, não pode assistir a certos filmes ou desenhos porque cultuam o...
Se a religião é uma coisa para fazer o bem, por que eles só falam no mal? Só enxergam o mal?
No caso dos santos católicos, como pode os doces distribuídos no dia do santo pode fazer algum mal?
Agora a nova vítima desses loucos é o coelhinho da páscoa. O bichinho não bota ovos, isso todo mundo sabe, mas as crianças de uma determinada religião estão proibidas de comerem os chocolates distribuídos nessa época por ofenderem a uma determinada religião.
Na minha opinião, a única coisa que o coelhinho da páscoa ofende é a minha inteligência, pois achar que coelhos colocam ovos é um absurdo, mas era poético e gostoso!
Todos os dias eu me surpreendo quando descubro a nova vítima da sanha desses lunáticos!
As vítimas reais são as crianças que perdem a infância porque tudo é proibido e ruim.
Aqui onde eu moro tem uns lunáticos que, uma vez por semana, passam a noite inteira rezando com um caixão fechado sem nada dentro. Pela manhã eles saem carregando o tal caixão e enterram em algum terreno vazio. Dizem estar enterrando o tal temido.
O único problema é que depois alguém da tal igreja vem, desenterra o tal caixão para levá-lo de volta para ser aproveitado na próxima semana.
Fico pensando muito sobre a vida dessas crianças, pois já está tudo tão difícil para essa geração e fica ainda pior quando elas têm pais que freqüentam essas igreja que, ao invés de ajudar, complicam ainda mais a vida de seus frequentadores.



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