sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Lixo







A questão do lixo deixou de ser problema político-ambiental e já se tornou um problema social.
Em nosso país, não observamos uma cultura de reciclagem ou reaproveitamento de alimentos.
Algumas iniciativas privadas tentam mobilizar a população para a questão, entretanto ainda são muito tímidas para serem consideradas efetivas.
Moramos em um país de dimensões continental e, talvez por isso, ainda não sentimos o impacto desse problema, mas a explosão demográfica fará com que em breve tenhamos que tomar atitudes enérgicas sobre o assunto.
Recentemente na Comunidade do Bumba tivemos uma demonstração de como a união entre a falta de políticas ambientais, explosão demográfica unidas com a política eleitoreira e a falta de uma política social podem causar sérios danos à sociedade e ao meio ambiente.
Esse é um tema que pode ser abordado sob diversos prismas e um deles é o desperdício.
Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), cada brasileiro produz 378 quilos de lixo por ano!
O consumo consciente não é uma prática adotada pela grande maioria das pessoas no Brasil.
Basta uma breve visita ao CEASA para perceber que o descuido no manuseio dos alimentos causa um enorme desperdício. Em poucos minutos de funcionamento o chão fica repleto de alimentos que, se manuseados de forma correta e consciente, poderiam estar abastecendo casas e estabelecimentos comerciais.
Segundo pesquisa do Centro de Agroindústria de Alimentos da Embrapa, 30% de todo o desperdício de comida no país ocorre  nos Centros de Abastecimentos – CEASA.
A produção de meses pode se tornar lixo em apenas um dia de trabalho e poderia alimentar centenas de famílias.
O banco de alimentos do CEASA-RJ é central de arrecadação, processamento e distribuição de alimentos que não estão em condições ideais de comercialização, mas que estão em perfeitas condições para consumo. Entretanto, a solução está longe de ser a ideal, pois em uma central das proporções do CEASA-RJ, apenas 80 instituições estão cadastradas.
Basta ficar minutos caminhando pelo local para perceber que o descaso com o manuseio dos alimentos é cultural. Já virou hábito limpar os produtos e jogar fora a parte estragada ou amassada, como se o custo da produção do alimento fosse zero!
Quando nada atrapalha o andamento da cadeia de suprimentos, não se sente a proporção desse desperdício e tudo que “não está próprio para a comercialização” vira lixo.
E para onde vai o que não é aproveitado nessas centrais de abastecimento?
Atualmente todo o resíduo produzido vai para aterros sanitários ou lixões.
Imaginem 80 toneladas de resíduos sólidos sendo despejado diariamente em um aterro sanitário...
Estudos mostram que parte do resíduo pode ser transformado em energia e parte pode virar adubo, mas é muito estudo para pouca vontade política, afinal, todos os dias “sobram” 80 toneladas para serem desperdiçadas enquanto centenas de famílias passam fome em nosso estado.
O lixo da maneira que é processado hoje se transforma em um grande custo social, pois além do desperdício residual, temos o desperdício da área necessária para o “despejo” desse material.
O que ocorre nas dependências do CEASA é apenas uma versão ampliada do que ocorre nas residências ao longo dos dias, pois segundo pesquisas, uma pessoa produz em média um quilo de lixo por dia.
Imaginem que a coleta de lixo fosse suspensa. Em apenas um mês o lixo produzido em uma casa com três pessoas seria desesperador.
Também pouco adianta fazer a separação do material orgânico e inorgânico se não há coleta seletiva e tudo acaba “misturado” no caminhão compactador. Todo material que é lavado e separado acaba ficando contaminado, pois entra em contato com os demais materiais recolhidos.
Então a solução é a diminuição dos resíduos orgânicos.
Muita gente não sabe, mas todo material orgânico pode virar adubo, seja batendo as cascas de legumes e frutas no liquidificador ou colocando os resíduos nos canteiros e jardins – cavando-se uma vala e cobrindo com a terra que foi retirada.
Os resíduos também podem ser colocados numa garrafa pet com areia, alternando a colocação de resíduos e areia, até chegar ao topo. Tampa-se a garrafa e depois de 2 meses tem-se terra adubada para vasos de plantas.
Só essa medida já diminuiria em 50% de todo lixo produzido.
Muita gente não sabe, mas, um simples algodão usado para limpar as unhas com acetona, não deveria ser descartado no lixo comum, pois comprometeria tudo que estiver dentro dele.
Outra medida muito simples é entrar em contato com ONGs que fazem a coleta seletiva para que as mesmas coloquem latas de reciclagem em seu condomínio ou que fazem coletas nas ruas.
Quanto mais pessoas tomarem essas medidas, mais o meio ambiente agradece.


                                                      

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