domingo, 17 de abril de 2011

Piada sem graça






Aracy era uma pessoa bem humorada e que vivia contando piadas.
Fazia piadas com o chefe, com os amigos, com os parentes, enfim, com todos.
Certa vez, o seu chefe lhe chamou em sua sala muito irritado e apontava o dedo em rosto enquanto falava.
Aracy não resistiu e mordeu o dedo do chefe.
As irmãs morriam de vergonha dela, pois Aracy não respeitava casamentos, batizados e velórios. Em todos os lugares em que ia sempre tinha um repertório imenso de piadas que fazia todos rirem sem parar.
Quando a cunhada de sua irmã faleceu, a família encomendou o velório em um sobradinho de escadas estreitas no centro de São Paulo.
Aracy pegou um taxi, foi à casa de uma irmã para buscá-la e foi para o tal velório.
Como era de praxe, as irmãs se aproximaram do caixão para olhar a falecida para fazerem os comentários habituais sobre a qualidade do caixão, tipo de flores, roupa que colocaram na falecida...
A sala era meio apertadinha, mas Aracy arranjou um lugar para sentar ao lado de sua irmã e logo começou a lembrar de piadas sobre velórios, defuntos e viúvos.
Não demorou muito para a família “se juntar” em volta dela para ouvir as tais piadas.
O grupo estava a gargalhadas e a família da falecida já estava olhando feio para eles.
Foi quando uma das sobrinhas de Aracy chegou com olhos arregalados e comunicou:
- Tia, a senhora está contando piada tão alto que até a falecida está rindo!
- Como assim? – perguntou Aracy.
- É verdade!  Acabei de passar pelo caixão e tive a impressão de que ela riu para mim. – afirmou a sobrinha.
Aracy levantou discretamente e foi conferir.
Quando voltou, Aracy estava com a cara mais assustada desse mundo.
Aracy chegou bem perto do ouvido da irmã e falou para ela não se assustar e se levantar bem devagarzinho para irem embora, pois teve a impressão de ver a  morta se mexendo.
Luciana, achando ser mais uma piada da irmã, não deu ouvidos e continuou sentada onde estava.
Não demorou muito as duas ouviram um grito de horror, olharam para o caixão e a falecida estava sentada nele.
As pessoas ficaram enlouquecidas começaram a se espremer pela escada apertadinha, se acotovelando, se empurrando e as duas irmãs ficaram quietinhas em suas cadeiras esperando a confusão acabar.
Luciana tapava o rosto com medo que a morta falasse ou tentasse mais alguma coisa além de sentar.
A polícia foi chamada, o corpo de bombeiros foi chamado, pois na tentativa de saírem todas ao mesmo tempo, muitas pessoas ficaram machucadas e um senhor de idade avançada teve um infarto.
Após o término da confusão, Aracy chegou perto do corpo e viu que tudo não passou de um espasmo, já que ela morrera em sua cadeira de balanço e o corpo estava voltando à posição em que morreu.
Pelo sim, pelo não, desse dia em diante Aracy nunca mais contou piadas em velórios, vai que o defunto resolva sentar para ouvir.

5 comentários:

  1. rsssssss...que bafafá,srsr beijos,linda semana!chica

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  2. kkkkkkkkk...
    Peraí! Morreu sentada na cadeira de balanço e teve um espasmo sentada no caixão?!

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  3. Kátia, adoro essas histórias porque me lembram as histórias que ouvia quando era criança. Nostalgia pura!! Beijus,

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  4. Vlto pra desejar uma FELIZ Páscoa!beijos,chica

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  5. Oi Kátia é da vida. Tem tempos que fico assim aí vou correr. Isso me ajuda a melhorar, movimenta minhas idéias amiga.
    Beijos e feliz Páscoa!
    Carla

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