sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Envelhecer



Invariavelmente, depois de certa idade, cada um de nós começa a sentir as marcas do tempo.
Difícil olhar para o espelho e não se achar velho quando os cabelos brancos estão em quantidade maior do que as flores no seu jardim numa tarde de primavera.
Os cabelos brancos seriam tirados de letras se junto com eles não viessem as rugas, as dores nas costas...
Perder a vitalidade e o viço, para uma mulher é a coisa mais terrível desse mundo e a única coisa que abranda o seu coração é sentir o frescor e a vitalidade dos filhos.
Ah! Os filhos!
A coisa mais maravilhosa que existe é ter filhos!
Quando somos jovens, nos roubam a disposição com seu choro durante a madrugada, nos deixam com olheiras imensas quando adoecem, mas nos devolvem cada minuto de felicidade com um sorrido!
Sentir-se velho é muito pior quando não podemos acompanhar uma criança crescer!
Cada vez que brincava com meu filho de luta me sentia mais jovem. Até o dia que “as brigas” começaram a resultar em braços e pernas quebrados.
A gente quando brinca com filho releva, diminui a força, tenta não machucar, mas para eles é como se fosse uma medida de força, querem ganhar.
Como crescem e perdem a noção de sua força e não medem esforços para ganhar...
Não brinco mais com meu filho, mas observo o seu desenvolvimento. Olhar para ele faz com que me sinta mais viva, me dá vontade de continuar, apesar de tudo.
Outro fator que denota que estamos envelhecendo é quando os amigos começar a morrer.
Quando perdemos um amigo que nivela idade conosco de enfarte ou derrame, começamos a pensar na funcionalidade do nosso próprio coração e de quanta cerveja já bebemos na vida.
A bebida e o cigarro entram na nossa vida quando começamos a pensar na responsabilidade da vida e começam a sair quando pensamos na responsabilidade de continuar vivendo.
As possibilidades que a vida oferece é muito grande e uma vida é muito pouco para viver.
Seria bom ter a certeza de poder voltar e aproveitar uma outra oportunidade, outra chance, mas como não temos essa certeza, melhor viver cada momento como se fosse o último.
Acredito que a vida tenha fases que invariavelmente todo mundo passa por elas. Não tem como fugir. Queremos ser tão diferentes de nossos pais, mas de uma forma ou de outra, seguimos seus passos.
Cada vez que observo uma nova ruga em meu rosto eu me sinto triste por estar perdendo mais do que a aparência, me sinto triste por estar perdendo a vitalidade e a esperança, mas, observando meu filho, sinto que deixei alguém para continuar meus passos, através de seu próprio caminho.
Envelhecer não é tão ruim quando nos espelhamos em alguém que respira juventude e aspira felicidade.

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